Mas carro, carro, era um que funcionasse como um lar. "O meu sonho é ter uma auto-caravana que encoste à minha casinha e que seja o quarto da casa. Quando me apetecesse acordar noutro sítio, mudava o quarto." Uma casa com rodas, pois então. "Sou muito funcional. O meu carro é quase mais importante do que a minha casa. A possibilidade de me deslocar... essa independência que traz é excepcional".
Neste momento, conduz um monovolume Citröen Picasso. "Espaçoso, robusto, confortável. Um carro quase de trabalho que sustém uma família que se quer na estrada a fazer música". Espaço para quatro músicos mais instrumentos e material que é possível acomodar para levar aos concertos. O automóvel é, acima de tudo, um utilitário ao seu serviço. Por isso, nada de modelos muito valiosos. A cantora é pragmática: veículos caríssimos não. "O meu carro tem de ter um rádio que funcione e aguentar o ritmo da minha vida", explica. Já o conforto é dos principais requisitos na hora da compra.
Com o constante aumento do preço dos combustíveis, Mafalda Arnauth admite que é preciso desacelerar. "Se não se poupar até na forma de conduzir, é uma loucura." Por isso, o pé cada vez carrega menos no acelerador. "Também me chateia, um bocado, esta ideia dos carros poluentes e o que se está a fazer à ecologia do mundo. Venham de lá os carros eléctricos, rapidamente". Gosta muito de conduzir e percorrer grandes distâncias. Já foi até à Serra Nevada sem companhia. Canta no carro e está atenta ao momento de o levar à oficina. A experiência ensinou-a a ter atenção às mudanças de óleo e a respeitar os bens e os recursos disponíveis. "As coisas, quando estimadas, também nos tratam bem."
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