Fugas - viagens

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    Morrão Adriano Miranda
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    Chapada Diamantina Adriano Miranda
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    Morro do Pai Inácio Adriano Miranda
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    Morro do Pai Inácio Adriano Miranda
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    Antiga Mina de Garimpeiros Adriano Miranda
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    Lençóis Adriano Miranda
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    Gruta da Lapa Adriano Miranda
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    Cachoeira das Águas Claras Adriano Miranda
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    Antiga mina de garimpeiros Adriano Miranda
  • Coriolando, ex-garimpeiro, em Lençóis
    Coriolando, ex-garimpeiro, em Lençóis Adriano Miranda
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    Morro do Pai Inácio Adriano Miranda
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    No Sertão Adriano Miranda
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    Escola de música em Ibicoara Adriano Miranda
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    No Morro do Pai Inácio Adriano Miranda
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    Morro dos 3 Irmãos Adriano Miranda
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    Lençóis Adriano Miranda
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    Chapada Diamantina Adriano Miranda

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O ecoturismo é o diamante da Chapada Diamantina

"Com a decadência do garimpo, na década de 60, os habitantes foram emigrando para São Paulo; vendiam portas e telhas em cidades vizinhas, que se estavam desenvolvendo", conta Marcos Zacariades. "Os que ficaram, para matar fome e miséria, comiam roedores e répteis". Marcos deixou Salvador há oito anos e veio habitar este cenário de "filme medieval", como lhe chamou o jornal Folha de São Paulo, com as suas "ruínas e casas de pedra entremeadas por casas de alvenaria", porque "estava tudo por fazer" e, acima de tudo, o que é uma espécie de máxima, "porque temos de acreditar no inusitado".

Inusitado é a palavra correcta para descrever o trabalho, o empenho e as intenções de Marcos em Igatu: reanimou um centro cultural, criou uma galeria de arte e um espaço de exposição de velhos utensílios do garimpo e quer construir um museu dedicado a esta actividade e à preservação da sua memória, com uma forte componente virtual e multimédia, cuja referência estética e arquitectónica são as obras de Eduardo Souto Moura.

Marcos sabe que é impossível recuperar o passado tal como ele era, como se fosse realizável viver num livro de Herberto Sales, um escritor de Andaraí com uma vasta bibliografia, alguma da qual dedicada ao garimpo, como num dos seus livros mais conhecidos: O Cascalho. Mas também sabe que o local onde habita se chamou em tempos Bairro Luís dos Santos e que é um cemitério de ruínas de antigas casas de garimpeiros, circundado por mata atlântica quase intocável, numa mistura umbilical com as pedras dispostas aleatoriamente pela paisagem como se fossem pedras-pomes, que lhe valeu a classificação de património nacional. A criação, aqui, de um parque municipal é só um começo.


A Machu Picchu baiana

Igatu é, de resto, uma cidade inusitada. Chamam-lhe a Machu Picchu baiana, o que será sempre uma hipérbole se comparada com a verdadeira, mas não deixa de ser acertada se a compararmos com a sede do município a que pertence, Andaraí. Mas quem conhecer Humberto Leite e a sua gruna, um garimpo subterrâneo, cujo nome se deve ao facto de não ser uma abertura natural e de ter sido aberta por humanos, conhecerá o verdadeiro inusitado.

Humberto Lopes, mais conhecido por Badega, "um objecto grande", está sentado num tronco tombado, protegendo-se do sol da hora de almoço. Ele é um dos três membros de uma associação que se entregou à tarefa de reconstruir a memória deste antigo garimpo de diamantes, escavado numa rocha, da qual se soltou água suficiente para fazer um poço substancial à entrada. A associação Gruna Brejo/Verruga conseguiu recuperar 80 nomes dos 250 garimpeiros que constituíram "a última turma" a trabalhar ali, na década de 50. E destes 80, 45 ressuscitaram no interior da gruna.

Basta seguir Humberto por um corredor lateral ao poço, mergulhar os pés na água e na areia e percorrer o labirinto caprichoso e estreito. À medida que vai deixando milimetricamente espalhadas as velas que mal nos iluminam os passos e o tecto, Humberto conduz-nos por várias alas até chegarmos à câmara principal; a das esculturas de barro deitadas sobre tabuleiros.

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