Não é o mais desportivo entre a gama de motores que servem o Mégane. Esse posto é ocupado pelo aguerrido RS 2.0, a gasolina, com 265cv. Mas entre os diesel, o bloco 1.6 com 130cv pode ser uma escolha acertada: o visual atrai pela sua veia desportiva e as prestações são dinâmicas q.b. sem que para tal se tenha de andar de posto de combustível às costas — ainda que num breve ensaio não tenhamos conseguido sequer aproximar-nos dos 4,0 l/100km anunciados pela marca.
Certo é que, de cada vez que é preciso ou ultrapassar ou fugir a um obstáculo, o 1.6 dCi não falha. Nem sequer se mostra perturbado. Facto que se deve a uma potência de 130cv associada a um binário máximo de 320 Nm disponível abaixo das 2000rpm, assim como à bem escalonada caixa manual de seis velocidades (que não prima, porém, pela suavidade). E este desempenho, mesmo que isso implique o registo de médias de consumo superiores em mais de dois litros ao anunciado, compensa na sensação de segurança. No entanto, é possível gastar menos se se andar em cima do indicador de mudança de velocidade no visor do conta-rotações e, em circuitos urbanos, se se tirar um bom proveito do sistema Start/Stop, de paragem e arranque automáticos do motor, que revela um comportamento irrepreensível.
No capítulo da segurança, refira-se, a Renault orgulha-se das cinco estrelas conquistadas pelo seu Mégane nos testes de colisão. No caso do Coupé, além da inclusão de airbags frontais, laterais e de cortina ou de estabilidade de controlo electrónica, os airbags dianteiros foram concebidos para manter os passageiros na posição adequada.
Mas é a dar nas vistas que o Mégane Coupé se sai melhor. Sobretudo quando se opta pela pintura metalizada (opcional que faz crescer a conta final em 610€) em azul malte, tonalidade apenas disponível para o nível de equipamento GT Line. A ajudar a esta sua faceta de vedeta que atrai olhares de estranhos, os vários retoques de visual com que a Renault beneficiou: novos faróis, pára-choques que passaram a incluir luzes de dia em LED,capot redesenhado, além de emblema da marca de maiores dimensões. Atrás, é a robustez que parece querer sobressair. Com uma consequência directa: a abertura da porta da mala é alta e pessoas mais baixas poderão ter dificuldade fechá-la.
Já no interior é visível o esforço para incluir materiais de boa qualidade e de toque suave. No caso da versão GT Line, destaque para os detalhes que reclamam a desportividade do modelo: detalhes a imitar fibra de carbono, traço a vermelho a cortar otablier longitudinalmente, volante desportivo em pele marcado pelos pespontos vermelhos, em estilo grosseiro, que voltam a ser encontrados na manete da caixa ou no punho do travão de mão. Curiosamente, ditou o (bom, a nosso ver) gosto que os bancos não fossem envolvidos com o mesmo pesponto a vermelho. Em vez disso, optou-se por deixar o pesponto à vista, mas a branco. E por falar em bancos, é sentado num que é fácil compreender o conforto que o Coupé é capaz de proporcionar. Seja parado, seja em andamento, durante o qual se pode constatar que este carro, com estas suspensões, só poderia ter genes franceses no seu ADN.