Fugas - Viagens

  • Uma freira cristã ortodoxa caminha por uma rua que leva ao Santo Sepulcro. Em primeiro plano, imagem de Jesus vista numa loja de souvenirs
    Uma freira cristã ortodoxa caminha por uma rua que leva ao Santo Sepulcro. Em primeiro plano, imagem de Jesus vista numa loja de souvenirs Yannis Behrakis/Reuters
  • Santo Sepulcro
    Santo Sepulcro Nir Elias/Reuters
  • Jerusalém, Santo Sepulcro
    Jerusalém, Santo Sepulcro Nuno Ferreira Santos
  • Jerusalém, Via Sacra
    Jerusalém, Via Sacra Nuno Ferreira Santos
  • Jerusalém, Via Sacra
    Jerusalém, Via Sacra Nuno Ferreira Santos
  • Jerusalém, Via Sacra, junto ao Santo Sepulcro
    Jerusalém, Via Sacra, junto ao Santo Sepulcro Nuno Ferreira Santos
  • Junto ao Muro das Lamentações
    Junto ao Muro das Lamentações Nuno Ferreira Santos
  • Junto ao Muro das Lamentações
    Junto ao Muro das Lamentações Nuno Ferreira Santos
  • Nazaré
    Nazaré Nuno Ferreira Santos
  • Igreja da Natividade, Belém
    Igreja da Natividade, Belém Nir Elias/Reuters
  • Igreja da Natividade, Belém
    Igreja da Natividade, Belém Nuno Ferreira Santos
  • Uma noiva a entrar na Igreja da Natividade, Belém
    Uma noiva a entrar na Igreja da Natividade, Belém Nir Elias/Reuters
  • Galileia, baptismos no rio Jordão
    Galileia, baptismos no rio Jordão Nuno Ferreira Santos
  • Galileia, baptismos no rio Jordão
    Galileia, baptismos no rio Jordão Nuno Ferreira Santos
  • Muro em Belém que divide os territórios de palestinianos e judeus
    Muro em Belém que divide os territórios de palestinianos e judeus Nuno Ferreira Santos
  • Nir Elias/Reuters

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Israel, Terra Santa ou Jesus Cristo superstar?

Ao pé da basílica foi escavado um pequeno conjunto de ruínas de uma aldeola contemporânea de Jesus. Infelizmente, uma gigantesca cobertura de betão torna o local triste e cinzento, oprimente. Felizmente está sol (e calor), um tempo inusitadamente estival nestes últimos dias de Novembro.

Também em Nazaré encontra-se a Carpintaria de São José, uma igreja construída em 1914 em torno daquilo que, segundo a tradição, terá sido a oficina do pai adoptivo de Jesus. Aí, é possível ver uma gruta que, no início da era cristã, era provavelmente utilizada para armazenar sementes.

Antes de mais: o Mar da Galileia é na realidade um grande lago de água doce, também conhecido como Lago Tiberíades ou Lago de Gennesaret. É alimentado pelo rio Jordão, que depois de o atravessar de norte a sul continua o seu percurso até ao Mar Morto, a sudeste de Jerusalém. Um pouco mais a norte desta massa de água surgem os montes Golan - ali mesmo ao pé, a fronteira com a Síria. A dada altura do nosso percurso em redor do lago, uma placa indica a direcção de Migdal, a aldeia considerada como o local do nascimento de Maria Madalena.


... ou uma sinagoga

O rio Jordão é mais um sítio de intensa peregrinação por ser considerado o local do baptismo de Jesus por São João Baptista. Aqui, a encenação religiosa atinge o auge. Isso não quer dizer que os peregrinos que entram nas águas gélidas do rio (já é de noite quando lá chegamos, porque nesta altura do ano o Sol põe-se por volta das cinco da tarde) não estejam a viver uma experiência espiritual muito profunda. Mas aqui o ritual adquire, para quem o observa friamente de fora, um ar de autêntico carnaval.

Vestidos de túnicas brancas adquiridas no local e enfiadas por cima do fato de banho, dezenas de homens e mulheres mergulham no rio, rezando e fazendo o sinal da cruz. Quem se baptiza aqui? Sobretudo fiéis de seitas protestantes e de movimentos de renovação carismática da América Latina, responde o guia. No fim, os fiéis podem encher com água colhida no rio uma garrafinha devidamente rotulada, para levar e mostrar aos amigos (e baptizá-los, quem sabe?)

Poucas horas antes de assistirmos a este singular espectáculo, tínhamos passado pela cidade de Cafarnaum, situada mesmo na margem noroeste do Mar da Galileia a uns 30 quilómetros a norte de Nazaré. Já adulto, Jesus viveu e pregou nestas paragens - e terá proferido o seu Sermão da Montanha no Monte das Bem-aventuranças, mesmo ao lado.

Foi na aldeia de pescadores de Cafarnaum que Jesus terá vivido os três últimos anos da sua vida. "Este era o seu quartel-general", explica o guia. O mais notável são as ruínas que aqui se encontram de duas sinagogas sobrepostas - a de cima, do século IV (época bizantina); a de baixo, da época de Jesus. A sinagoga de cima foi construída com pedra calcária loira e subsistem dela, a céu aberto, uma série de belas colunas e duas salas. A sinagoga de baixo, da qual só se vê o muro exterior, é feita de basalto - tal como as vizinhas ruínas da aldeia de Cafarnaum contemporânea de Jesus. 

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