Fugas - motores

Agressiva, sofisticada e económica mas sempre familiar

Por Carla B. Ribeiro

A carrinha familiar da Toyota regenerou-se e mostra-se agora imbuída do espírito da nova linguagem estética da marca: agressiva e, ao mesmo tempo, sofisticada. Dispõe de um bloco 2.0 diesel, servido por 124cv, que corta nos consumos e emissões.
Um gasto de cinco litros em circuito misto. Trata-se de valor um pouco acima do anunciado (4,6 l/100 km), mas este é o melhor aspecto proporcionado pelo revisto bloco diesel de 2.0 litros da renovada Toyota Avensis Station Wagon de 124cv ao longo dos dias em que a Fugas se deixou conduzir por uma. Já os trajectos urbanos, curtos e cadenciados por sinais luminosos, colocam a fasquia mais perto dos sete litros do que dos apregoados 5,6. Ainda assim, os resultados apontam este modelo como um forte candidato na luta por um lugar ao sol no mercado das frotas, conquistado sobretudo devido ao nível de emissões alcançado (120 g/km), integrando o patamar estabelecido pela norma Euro V.

Com novo turbo, circuito de refrigeração melhorado e um filtro de partículas mais fechado, entre outras alterações, o mais baixo consumo e a redução do nível de poluição não enfraqueceram a performance: esta Avensis de 124cv e 1710 kg (sem carga) não revela quaisquer problemas de força ou poder de aceleração, com o binário máximo de 310 Nm a revelar-se entre as 1800 e as 2400 rotações. Assim, e apesar do seu aspecto corpulento, mostrou-se desembaraçada o suficiente para contornar um obstáculo inesperado ou para vingar numa ultrapassagem forçada.

Além das mudanças motrizes, a renovação da Avensis revela também a nova linguagem estética da marca. O focinho afunilou-se, exprimindo maior agressividade, e a grelha, em trapézio, concede um visual mais dinâmico, apoiado por ópticas mais estreitas e de terminações pontiagudas. Tanto na frente como na traseira (quadrada, mas aligeirada por um friso cromado), os faróis integram tecnologia em LED e funcionam como um prolongamento do próprio recorte da carrinha, que parece assim mais larga. Uma ilusão de óptica já que, na realidade, foi o comprimento a crescer: mais 1,5cm do que na versão anterior. No total, ocupa 4,78m em comprimento, não sendo por isso o carro ideal para quem pára por zonas de estacionamento problemático, como pudemos comprovar.

É, porém, uma boa opção entre famílias de quatro. Os lugares traseiros garantem conforto a dois ocupantes (encaixam cinco, mas o bem-estar é sacrificado). Já os lugares da frente, separados por uma ampla consola de arrumos, parecem ter conquistado mais espaço graças às pequenas alterações introduzidas. A começar pelos bancos, no caso forrados a pele e alcântara preta, que agradam ao toque, na versatilidade das posições e, sobretudo, na capacidade de transformarem uma viagem grande num passeio sem que o corpo se queixe.

No redesenhado painel de instrumentos, destaque para o ecrã do novel sistema multimédia da Toyota, o Touch&Go, que assume uma posição de predominância. O ecrã táctil, de 6,1 polegadas, reúne vários tipos de informação: sobre o carro, sobre cada percurso (duração, distância, consumos), um sistema de navegação com identificação de sinais de trânsito e detecção de radares e, ligado ao telemóvel, assume também o papel de um mãos-livres e dá acesso à Internet.

Por todo o tablier e no interior das portas, destacam-se ainda os debruados a cromado (nos respiradores ou no pequeno compartimento onde se podem alojar as chaves) e os comandos nas portas incrustados num painel a imitar madeira. Detalhes que concedem um toque de elegância ao mesmo tempo que suavizam a fatídica presença dos plásticos.

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