Fugas - Motores

  • José Sarmento Matos
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Um descapotável clássico para todas as estações

Por João Palma

O Opel Cascada foi construído de raiz para conjugar a elegância e o classicismo de um descapotável de quatro lugares com capota em tecido, com o conforto, a segurança e as performances que se exigem a um veículo dos nossos dias.

Aquela velha e batida lengalenga do prazer de conduzir um descapotável com a capota em baixo, desfrutando o sol e com os cabelos ao vento, também se aplica ao Opel Cascada. Mas é muito redutora.

Na verdade, na apresentação internacional, quando o conduzimos pela primeira vez, face às condições meteorológicas, andámos grande parte do tempo com a capota levantada e, apesar de ela ser em tecido, em termos de conforto térmico e ausência de ruídos parasitas e vibrações, mesmo a mais de 200 km/h, o carro comportou-se como se fosse um hard top. Isto é, o Opel Cascada, um descapotável médio de quatro lugares reais, apesar de ter um visual clássico e elegante que é reforçado pela capota em tecido, é um carro para todas as estações do ano, como os responsáveis da marca repetidamente frisaram.

O tempo está bom, a paisagem é aprazível e a pressa é pouca ou nenhuma? Ok! Então, apreciem-se o sol, as vistas e o ar puro. De repente, começa a fazer frio ou a chover? Até 50 km/h, a capota fica levantada em apenas 17 segundos. E, em dias frios e chuvosos de Inverno, a protecção e isolamento oferecidos são equivalentes aos de um veículo de tecto rígido.

Ao contrário dos anteriores descapotáveis da Opel, derivados de modelos já existentes, como o Astra Cabrio, o Cascada foi o primeiro descapotável da marca alemã a ser construído de raiz e com nome próprio, procurando conjugar o melhor dos mundos dos veículos descapotáveis com o dos de tecto rígido.

Os quatro lugares são reais, com amplo espaço atrás, bancos confortáveis e lugares para arrumos q.b. Na mala, com a capota fechada, cabem duas malas grandes ou quatro pequenas/médias. Com a capota em baixo, a capacidade da bagageira reduz-se, mas mesmo assim ainda é de 280 litros.

O modelo que conduzimos estreava o novo motor a gasolina 1.6 Turbo da Opel com 170cv, potente, mas suave e silencioso, associado a uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades. O Cascada utiliza a suspensão HiPerStrut da Opel, derivada da McPherson e inicialmente desenvolvida para o Insignia OPC. No caso particular, o carro trazia o sistema opcional de controlo electrónico da suspensão Flex Ride, com três modos de condução: Standard (normal), Sport e Tourer (conforto).

Com tudo isto, o Cascada proporciona muito conforto aos seus ocupantes e tem uma força tranquila – o motor é potente sem ser nervoso e o carro desliza sobre o asfalto. De tal forma que até há que ter um certo cuidado, porque, sem darmos por isso, excedemos facilmente os limites de velocidade. As grandes portas com ampla abertura e o sistema opcional Easy Entry tornam fácil o acesso aos bancos traseiros, embora, em espaços estreitos, seja preciso algum cuidado ao abri-las. O sistema de navegação (opcional) tem um funcionamento excelente e intuitivo.

A pior nota vai para os consumos. Mesmo em auto-estrada, sem carregar no acelerador, é impossível fazer os 6,3 l/100km de consumo médio anunciado. E se, no caso da gasolina, o motor 1.6 a gasolina é preferível ao 1.4 de 140cv, que tem os mesmos consumos e emissões, se se fazem muitos quilómetros anuais, são de considerar as motorizações a gasóleo 2.0 CDTI de 165cv (39.690€) ou o 2.0 CDTI Biturbo de 195cv (42.940€), que têm médias de 5,2 l/100km e 138 g/km de CO2.

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