Fugas - Motores

  • Nuno Ferreira Santos
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Um honesto e completo utilitário com um gostinho premium

Por Carla B. Ribeiro

Honestidade e funcionalidade. Estas poderiam ser as palavras-chave para descrever o utilitário da Mazda que, por outro lado, não se coibiu de mostrar preocupação com os detalhes aproximando-o de um ambiente premium.

Acabamentos aprimorados, detalhes de bom gosto, materiais agradáveis ao toque. Até os plásticos que forram os interiores. Tudo no novo Mazda2, um turismo de cinco portas do segmento B, remete-nos para um ambiente premium, em que se privilegia a qualidade dos materiais e sobretudo o conforto dos seus ocupantes. 

Mas não só. Os níveis de equipamento, mesmo o mais básico (Essence), apresentam-se muito completos, sobretudo tendo em conta estarmos perante um citadino. No caso da viatura ensaiada, com o nível de equipamento intermédio (Evolve Navi) que a marca considera vir a ser o mais procurado pelo mercado, além de bem equipado com vista ao conforto de condução, incluindo por exemplo cruise control ou aviso de mudança involuntária de faixa de rodagem, apresenta-se bem conectado, usufruindo de Bluetooth, entrada USB e sistema de navegação por GPS. 

A conectividade é acentuada por um ecrã de sete polegadas que ocupa a cabeceira do sóbrio painel de bordo e que concentra todas as funções do sistema de infoentretenimento. Note-se que, já conhecido de outros modelos Mazda, este sistema táctil, que também se pode gerir através de uma roda localizada na consola que serve de separador aos lugares dianteiros, destaca-se pela sua muito fácil utilização. 

No conforto em viagem para os ocupantes, ganham os passageiros dianteiros, embora no banco de trás dois adultos consigam encontrar uma excelente posição. Três arranjam-se embora se possam sentir um pouco apertados. À frente, no lugar do pendura, o conforto é garantido. Já para o condutor não é fácil encontrar uma boa posição de condução devido ao sistema de ajuste dos bancos. O encosto rebaixa com alavanca, sendo demasiado brusco para que se consiga calibrar em andamento. E mesmo parados demora um certo tempo até se conseguir que a alavanca trave o banco na posição desejada.

Ultrapassado esse obstáculo, a Mazda dotou o seu citadino de um volante agradável de manusear e, ao contrário do banco, muito fácil de ajustar – e, no caso da viatura ensaiada, revestido a pele. Já a alavanca das mudanças, da bem escalonada caixa manual de cinco relações, encontra-se bem posicionada, tornando a condução extremamente fácil.

Do lado de fora, a quarta geração do Mazda2, que no Japão, onde foi lançado ainda em 2014, conquistou o título de Carro do Ano, inspira-se no Mazda3, exibindo linhas harmoniosas sob o mote da linguagem Kodo (Alma do Movimento) que tem vindo a marcar toda a gama da marca nipónica.

Com 4060mm de comprimento, nesta quarta geração o Mazda2 cresceu 14 centímetros, embora esse aumenta se reflicta pouco no espaço a bordo. Relativamente à geração anterior nota-se um ligeiro aumento, mas nada que cause um grande impacto. Também a mala beneficiou de um aumento ainda que ligeiro, revelando uma capacidade para 280 litros que podem chegar até aos 950 litros com a segunda fila de bancos rebatida. Ou seja, exibe uma bagageira útil e funcional para uma utilização citadina e razoável para uma saída mais prolongada de férias em que se tenha de arrumar malas de viagem, mochilas, saquinhos e afins. Pena que sob o tapete se esconda um kit de reparação de pneus em vez da útil roda sobressalente. A opção não choca tendo em conta que estamos perante uma viatura para a cidade, mas não combina com a preocupação evidente nas outras áreas.

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