O visual do Nissan 370Z Roadster não engana. Este descapotável de dois lugares, com capota em tecido ao gosto dos puristas, tem linhas musculadas, dois grandes escapes laterais, pneus de medidas diferentes à frente e atrás - imagens de marca de um superdesportivo. O seu motor 3.7, a gasolina, com 328cv vem acoplado, na versão-base (81.100 euros), a uma caixa manual de 6 velocidades. O carro disponibilizado à Fugas tem caixa automática de 7 relações (2000 euros) e com extras custa 83.600 euros.
O motor é o mesmo do 370Z Coupé, mas na variante descapotável tem menos 2cv de potência. Este propulsor de 3696cc, com 6 cilindros em V e 4 válvulas por cilindro, dispõe de Actuação e Abertura de Válvulas Variável (VVEL), o que faz com seja mais potente, tenha melhor binário e menores consumos e emissões. A caixa automática, de acordo com dados do construtor, origina performances inferiores aos da caixa manual (0 aos 100km/h em 5,8s contra 5,5s), mas, em contrapartida, menores consumos e emissões (médias de 10,9 l/100 km e 254 g/km de CO2, face a 11,2 l/100 km e 262 g/km).
Na "vida real", porém, os valores são outros: numa primeira fase, puxando mais pela máquina, sem preocupações de consumo, obteve-se uma média de 13 l/100 km num percurso misto; reenchendo o tanque e em andamentos comedidos (mas não é para isso que este 370Z está vocacionado...), ainda assim não se baixou dos 2 dígitos, com uma média de 10,5 l/100 km.
A verdade é que quem adquire este carro está mais interessado nas performances, na adrenalina, no prazer de dominar a cavalaria que se esconde sob o capot, que no facto de os 328 "puros-sangues" serem de muito alimento e só comerem "fava super", isto é, gasolina de 98 octanas. Um piloto experiente pode aproveitar tudo o que este superdesportivo pode oferecer em termos de desempenhos - mesmo com caixa automática, pode-se usar o modo sequencial, através da alavanca de velocidades ou patilhas no volante. Desligando o ESP (Programa Electrónico de Estabilidade) deste veículo com tracção traseira e elevada potência, quem sabe pode aproveitar o efeito de sobreviragem em curva para fazer curvas fechadas em derrapagem controlada e sair delas mais depressa.
Não se assustem, porém, os condutores normais: mesmo com todos os dispositivos de segurança ligados e em modo automático, o carro reage e recupera rapidamente, permitindo, por exemplo, fazer ultrapassagens ou curvas em segurança de uma maneira que se julgaria não ser possível. Em Portugal, fora de autódromos, só é possível sentir o que o carro pode fazer em estradas de montanha sinuosas.
Já em termos de velocidade máxima, é nos troços de auto-estradas alemãs onde não há limites de velocidade que este carro mostra o que pode: supera facilmente os 200 km/h e mesmo em subidas inclinadas do tipo da de Monsanto, na Auto-Estrada de Cascais, é vê-lo a devorar o asfalto, sempre a acelerar. Sendo um desportivo preparado para uma condução nos limites, a suspensão é dura, mas não tanto que não permita fazer, por exemplo, uma viagem Porto-Lisboa com razoável comodidade. Para isso contribuem também os bancos confortáveis e envolventes.
A bagageira também acolhe mais coisas do que pode parecer à primeira vista, desde que distribuídas por sacos moldáveis. Além disso, atrás dos bancos, há um espaço extra e outros compartimentos no habitáculo, incluindo o porta-luvas e outro debaixo do apoio de braços central.
Há descapotáveis que, com a capota recolhida, a 120 km/h, apresentam um melhor isolamento do habitáculo, isto apesar do deflector de vento. Curioso é que a velocidades mais altas (180 km/h, por exemplo) as condições não pioram. Com a capota levantada, o isolamento é melhorável. Porém, o sistema áudio Bose adapta-se ao ruído exterior e o som emitido pelos 8 altifalantes é sempre nítido e claro. As operações de levantar e baixar a capota só se podem efectuar com o veículo imobilizado e com o botão de Start na posição ON. Do mesmo modo, vidros, rádio, climatizador, etc. só funcionam com o carro a trabalhar ou na posição ON.
O carro vem bem equipado de série (ver lista de equipamento) e tem poucos opcionais (só um pacote de 500 euros, que inclui os bancos em pele e em rede, capota forrada a pele e pintura anti-riscos). No entanto, apesar de dispor de auxílio ao arranque em subida, não tem sensores de estacionamento (e a falta que fazem num veículo largo e comprido de formas arredondadas!). O travão de estacionamento é mecânico, mas isso é compensado pela posição P (parqueamento) nas versões com caixa automática.
O Nissan 370Z Roadster tem linhas bonitas e apelativas, atraindo muitos olhares. Está disponível em 2 cores: preto com capota preta ou grená-escuro com capota bordeaux.
