Fugas - Viagens

  • Saint-Lary-Soulan.
    Saint-Lary-Soulan. Nelson Garrido
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    Saint-Lary-Soulan. Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. No mercado
    Saint-Lary-Soulan. No mercado Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. A tradição da cidra e da conversa
    Saint-Lary-Soulan. A tradição da cidra e da conversa Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. Les Flocons Pyrénées, chocolataria artesanal que pertence a portugueses
    Saint-Lary-Soulan. Les Flocons Pyrénées, chocolataria artesanal que pertence a portugueses Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. O gâteau à la broche, um ícone doce desta parte dos Pirenéus
    Saint-Lary-Soulan. O gâteau à la broche, um ícone doce desta parte dos Pirenéus Nelson Garrido
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    Saint-Lary-Soulan. O gâteau à la broche, um ícone doce desta parte dos Pirenéus Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. O gâteau à la broche, um ícone doce desta parte dos Pirenéus
    Saint-Lary-Soulan. O gâteau à la broche, um ícone doce desta parte dos Pirenéus Nelson Garrido
  • Saint-Lary-Soulan. Noite de
    Saint-Lary-Soulan. Noite de "salsa" na montanha Nelson Garrido
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    Saint-Lary-Soulan. Nelson Garrido

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Comer, beber e no fim esquiar na «estrela dos Pirenéus»

Vamos localizar-nos. Estamos no Oeste francês, na região de Midi-Pyrénées, a maior de França: Toulouse é a cidade principal e é a porta de entrada para este território. É aí que aterramos, numa manhã fria de meados de Janeiro. Não vemos nada da “cidade rosa”, mas vislumbramos parte da cidade tecnológica: a Airbus tem aqui a sua maior fábrica e ainda no avião, ao percorrer as pistas do aeroporto, passamos por vários hangares que o exibem. Toulouse é também, queixam-se os habitantes da região, a força centrífuga que suga tudo o que está à sua volta — por isso, a região de Midi-Pyrénées é muitas vezes apodada depreciativamente de “Toulouse e o deserto Midi-Pirenaico” (como o país já foi apelidado de “Paris e o deserto francês”).

Estamos na confluência de várias regiões históricas, mas a região de Midi-Pyrénées enquanto entidade administrativa não o é: é uma invenção do século XX que reúne porções de províncias históricas como a Gasconha e o Languedoc, e outras zonas mais pequenas como o condado de Fox. Este é o “deserto” para onde vamos, em direcção à antiga província de Quatre-Vallées, onde está o nosso Vallée d’Aure; o “deserto”, onde, lemos, se encontra o maior número de povoações muradas de França.

Não vimos muitas na auto-estrada que rasga o tal deserto até chegarmos a Saint Lary. A paisagem é ondulante, verde desmaiado e salpicada de vilarejos dos quais distinguimos a maior parte das vezes apenas o aglomerado de telhados e a torre da igreja. Mais perto, essa paisagem por vezes tem guardiões imensos, árvores que despidas são um emaranhado etéreo: ao longe acobreadas, quando passamos por elas, cinzas. A certa altura, o horizonte passa a ser cumes nevados, que se chegam a confundir com nuvens no céu azul; quando saímos da auto-estrada, esses cumes começam a apertar-se em nosso redor.

E a neve vem até nós: primeiro, farrapos nos campos, que vemos verdes e brancos ao ritmo do balancear das curvas da estrada; à medida que nos embrenhamos no vale, o verde desaparece e o cenário passa a vestir unicamente de branco. Cada vez mais branco até passarmos por “muros” de neve com muitos centímetros de altura nas bermas da estrada, quase engolindo sinais de trânsito.

A chegada a Saint Lary (menos de duas horas depois de sairmos de Toulouse) é, portanto, “abençoada” pela neve e por sol que escapa para além das montanhas que estão ao nosso redor, algumas quase se despenhando sobre a pequena vila de mil habitantes que nestas alturas de esqui se podem multiplicar até aos 30 mil. Passamos por muitos esquiadores, botas nos pés e esquis aos ombros, porque o teleférico e a telecabina para a estância, que não se vê daqui, partem mesmo do centro da vila, em pontos opostos — o que permite que quem está alojado cá em baixo possa caminhar apenas alguns minutos até estar em modo “expresso” até às pistas. Nós sabemos que hoje não temos esqui nos planos, porém o vaivém de esquiadores e snowboarders deixa-nos tranquilos: há neve.

Depois da nossa primeira experiência gastronómica em terras de Vale d’Aure — truta do Lac D’Oo — no restaurante La Pergole, menos de uma hora a pé permite-nos completar a volta à vila. O seu núcleo histórico é pequeno, constituído por ruelas, sobretudo, onde por milagre os carros sobrevivem à patinagem no gelo.

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