Rua de Augusto Rosa/Rua de Gustavo Eiffel
Porto - Tel.: 808 20 50 60
(Linha Olá Metro!)
Horário: Até ao final de Outubro, de domingo a quarta-feira das 8h às 22h e de quinta a sábado das 8h à meia-noite. De Novembro a Abril, todos os dias das 8h às 20h. Em Agosto, todos os dias das 8h à meia-noite.
Preços: 2,50 € por trajecto. É possível circular no funicular com uma assinatura mensal Andante, desde que inclua a zona C1.
Elevador da Nazaré
Nazaré
“Lá em baixo a sensação é de que é tudo muito apertado, mas depois, à medida que subimos abre-se toda uma paisagem! A sensação é enorme. Alucinante!”. Laura Martin, do País Basco, descreve assim a viagem de três minutos no elevador da Nazaré, na companhia do namorado, Asier Heneso.
Ambos vieram de Vitória e estão pela primeira vez na vila turística. A viagem no elevador faz parte do roteiro dos visitantes da Nazaré. É a forma mais óbvia de subir até ao Sítio, até mesmo para quem tem carro, já que não terá sido fácil estacioná-lo na vila. De resto, a melhor publicidade ao elevador é ele próprio: avista-se ao longe de qualquer ponto da Nazaré. O corredor com os carris em linha recta, quase na vertical, a romper a rocha até à arriba, dá nas vistas. E mais ainda quando, periodicamente, o visitante vê o lento rodar dos dois veículos que se cruzam exactamente a meio.
“A rampa é mais inclinada do que parece. Vista lá de baixo parece mais suave, mas agora cá de cima impõe respeito!” Asier Heneso espreita pelo túnel no qual termina, no Sítio, a subida de 320 metros feita no elevador. O grau de inclinação da rampa é de 42%. Um bocadinho assustador, mas o “condutor” do veículo nunca testemunhou momentos de pânico ou gente descontrolada com a vertigem. Pelo contrário, só exclamações de espanto, de admiração, de autêntico deslumbramento pela paisagem.
Por isso, nos minutos que antecedem cada partida, sente-se no ambiente da carruagem a excitação dos turistas pela experiência prestes a começar. Uma expectativa que contrasta com a postura rotineira dos nazarenos que apanham o elevador como se fosse um autocarro urbano.
É o caso de Vasco Pacheco, 24 anos. Vive no Sítio e trabalha num dos restaurantes do centro da vila. O passe mensal (12 euros) permite-lhe ir e vir para o trabalho todos os dias e ainda voltar a descer e a subir se quiser sair ao fim da tarde ou à noite. “É um meio de transporte”, diz. Do qual nunca recorda que tenha havido problemas ou atrasos. O entusiasmo dos turistas, as máquinas fotográficas e telemóveis a registar todo o percurso passam-lhe ao lado. No Verão são autênticas enchentes de forasteiros, mas no Inverno a maioria são locais. Vasco repara que a maioria desses clientes fixos são idosos. A malta nova tem carro ou então usa as escadas, que as há, em ziguezague, para descer — mais do que para subir — o enorme penhasco que separa o Sítio da Nazaré.
O toque de partida é anunciado por uma campainha. São 15h30 e o carro número 1 inicia mais uma subida. Sai-se da estação e avistam-se os telhados vermelhos das casas. E depois mais casas e mais telhados até que se descobre a praia, o mar, a avenida marginal, a Nazaré inteira, o porto lá ao fundo, a serra da Pesqueira, a praia do Salgado... Um regalo para a vista. Suavemente, o veículo guina para a esquerda no preciso momento em que se cruza com o outro carro descendente. Há sorrisos cúmplices e acenos que se trocam entre desconhecidos das duas carruagens. Gente que está de férias, relaxada, em viagem.