Fugas - Viagens

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Leva-me até ao topo da colina

Depois entra-se subitamente num pequeno túnel que dá acesso à estação do Sítio. A paisagem encolhe demasiado rápido e à volta são só paredes. Em frente, lá em baixo, apenas os carris e um pedaço da Nazaré, como se fosse vista através de um canudo gigante.

“Já viemos várias vezes à Nazaré, mas andamos sempre no elevador. Desta vez trouxemos o nosso filho.” Christophe da Silva viaja com a mulher e o filho, de cinco anos. A peregrinação ao Sítio é quase obrigatória de cada vez que visitam a vila. “É divertido! Somos de Grenoble, que é uma zona montanhosa e lá também há funiculares, mas este é diferente.”

No elevador nazareno os cães são agora obrigados a viajar em gaiolas de plástico. Mas não pagam bilhete. As bicicletas também são gratuitas. Élsio Louraço, da Nazaré, acaba de sair do ascensor com uma. Vive no Sítio e quando desce à vila leva a bicicleta para se deslocar. Cá em cima, usa-a também para ir para casa, que fica ainda distante da estação. “É um transporte urbano como outro qualquer”, diz.

Um transporte que no Verão chega a ter filas com dezenas de metros de turistas à espera de o apanhar. Nestas alturas, os locais, sobretudo os mais novos, desistem do elevador e preferem ir pelas escadas.

Construído em 1889, o famoso ascensor da Nazaré funcionou com máquina a vapor até aos anos sessenta. Já na altura este sistema funcionava como um pêndulo: um único cabo com dois veículos na ponta e um motor que move uma roda gigante que quando puxa um, deixa descair o outro. Esta é a versão simplista para explicar o seu funcionamento. A mais complexa inclui tecnologia e equipamentos com várias redundâncias que dão segurança ao seu funcionamento.

Um acidente em 1963 levou ao seu encerramento por cinco anos, para reabrir com motor eléctrico e equipado com a melhor tecnologia da época. Uma tecnologia que ainda perdura, apesar dos vários upgrades a que tem sido sujeita.

A mais importante melhoria foi em 2002, com a remodelação dos veículos que passaram a ter ar condicionado e um ar mais condizente com o século XXI. Mas o chassis ainda é o mesmo e a Câmara da Nazaré — que explora este equipamento através dos seus serviços municipalizados — quer agora comprar carruagens novas. A novidade é que, apesar de novas, deverão ter um exterior revivalista, à anos sessenta, para perpetuar a imagem da marca com que o elevador da Nazaré ficou conhecido desde o boom do turismo.

O município pretende ainda fazer obras na plataforma para controlar os pequenos aluimentos (o terreno é arenoso em grande parte do percurso) e quer também que o posto de comando, o “cérebro” desta infraestrutura, seja dotado com novas tecnologias que substituam as que ainda perduram dos anos 1960.

Carlos Cipriano

 

Serviços

Municipalizados da Nazaré

Tel.: 262 562 118

Horário: das 7h30 às 20h30 (Inverno) e das 7h15 às 2h (Verão)

Preços: 1,20€ ida e 2,40€ ida e volta.

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