Fugas - Motores

Uma "rentrée" em força da BMW

Por Carla B. Ribeiro

A BMW promete não deixar ninguém indiferente após este Verão. No fim de Setembro, o série 1 passa a apresentar-se também com três portas, estreia novas motorizações e comprova a histórica veia desportiva da marca com o M135i de 320cv. Já o série 3 surge em versão carrinha e adopta um sistema híbrido.

Depois de, no início do ano, a BMW ter avançado com a nova geração da série 3, o fim deste Verão ficará marcado pela chegada da carrinha. A Touring começa a ser comercializada a 22 de Setembro e alia o fôlego da berlina a uma maior polivalência e espaço. "A Touring não podia trair o design e a beleza da berlina, mas [tinha de] acrescentar utilidade", argumentou Anton Ruf, director para os pequenos veículos da BMW, em conferência de imprensa.

E como consegui-lo? Primeiro, conservando os traços que puseram o carro a crescer nas vendas do primeiro trimestre de 2012, período em que a BMW anunciou recordes nos resultados gerais (em relação ao série 3, registou mais 3,9% de vendas do que no mesmo período do ano anterior).

Faltava então acrescentar um uso mais flexível e dinâmico que começa logo pelo facto de o veículo crescer nesta nova geração: mais 9,7cm de comprimento e 5cm entre eixos, além de permitir acomodar até 495 litros (1500 com os bancos traseiros rebatidos, a funcionarem num esquema de 40:20:40).

Para facilitar o acesso ao interior da bagageira, o vidro traseiro transformou-se numa porta através da qual é possível pôr ou tirar alguma coisa sem mostrar tudo o que se transporta. Já o acesso à mala é eléctrico, podendo a abertura ser accionada pela simulação dum pontapé (este sensor é opcional).

A Touring será comercializada com três motorizações: o 328i, a gasolina, e os diesel 320d e 330d. O primeiro, de quatro cilindros, conquistou o 5.º lugar no Prémio Motor do Ano e chega com 245cv de potência e um torque de 350 Nm. Já a versão diesel 320d debita 184cv e 380 Nm. Por fim, o 330d, de seis cilindros, atinge 258cv e uma força máxima de 560 Nm.

Nas duas motorizações menos potentes é possível escolher entre uma caixa manual de seis velocidades ou uma automática de oito (que equipa a 330d), ambas servidas porStart/Stop, e diferentes modos de condução: com vista à eficiência ou ao divertimento, suspensão, travões e direcção ajustam-se às exigências seleccionadas. A nível de equipamento, estarão disponíveis as variantes Sport, Luxury e Modern, além de um pacote M Sport.

ActiveHybrid 3
Ao motor de seis cilindros do 335i, com 306cv, a BMW juntou um motor eléctrico, alimentado por uma bateria de iões de lítio, com 55cv. A conjunção dos dois resulta numa potência de 340cv e um binário máximo de 450 Nm.

A marca avança que, com a bateria totalmente carregada, o ActiveHybrid 3 é capaz de rolar até 4 km a uma velocidade máxima de 75 km/h, gastando apenas energia eléctrica. Mas, das voltas dadas, depressa se conclui que o motor eléctrico, acoplado à caixa automática de oito velocidades, funciona sozinho até àquela velocidade, altura em que o motor de combustão é chamado a agir. Mas, a essa velocidade, dificilmente se percorrerá os 4km. De qualquer das formas, graças à função eléctrica, é possível uma poupança até 25% face ao motor a gasolina sem apoio eléctrico, registando, como reivindica a marca, 5,9 litros em circuito misto. Além disso, um sistema inteligente vai gerindo o comportamento das motorizações consoante as necessidades do modo de condução (ou seleccionadas pelo condutor).
 

No que diz respeito à arrumação, as baterias pouco vieram atrapalhar. É verdade que a capacidade da bagageira foi reduzida (perdeu 90 litros), mas a marca conseguiu colocar as baterias no seu fundo sem alterar muito a configuração da mesma. Além do mais, os bancos traseiros podem ser rebatidos, aumentando a capacidade de arrumação.

Série 1 musculado
A actual geração do série 1, lançada com cinco portas em Setembro de 2011 e cujas vendas, relata a marca, já ultrapassaram a marca das 100 mil unidades, adoptou um visual mais dinâmico, ao ver-se livre das portas traseiras. Face ao anterior modelo, o série 1 de três portas cresceu de todas as formas, excepto no peso. Tem mais 8,5cm de comprimento (3cm entre eixos) e 1,7cm de largura e a capacidade da mala aumentou em 30 litros para um total de 360 (que pode ir até aos 1200). Já o peso foi revisto em baixa: emagreceu 30 kg.

Quanto a motorizações, chega equipado com cinco blocos a gasolina e outros tantos a diesel. A gasolina, destaque para o novo 114i, um 1.6 com 102cv, que será comercializado, na versão de entrada, a partir de 24.725€. Além deste, o 116i de 136cv e o 125i com 218cv; ou os diesel 116d com 116cv, o 118d de 143cv, o 125d com 218cv e o bem-sucedido 116d EfficientDynamics de 116cv (consumo combinado de 3,8 litros e emissões de 99 g/km). Para Novembro, espera-se a chegada do 118i de 170cv.

Outra novidade, e bem musculada, passou pela apresentação de uma proposta preparada pela divisão M Performance. O M135i, que também estará disponível com cinco portas, surge equipado com um seis cilindros em linha de três litros, com TwinPower Turbo, que esconde 320cv e um torque de 450 Nm (recorde-se que o elogiado 1 M Coupé, da anterior geração, debita 340cv..).

Discreto o suficiente para quase (sublinhe-se o quase) passar despercebido, passa dos 0 aos 100 km h em menos de 5s e atinge, sem esforço, os 250 km/h a que está limitado electronicamente. Já o ronco trabalhado aproxima o motor do condutor, tornando a condução intuitiva, que sai beneficiada por uma suspensão endurecida e por um sistema de travagem mais potente - cumprindo a sua missão de forma rigorosa sempre que preciso.

O consumo, diz a BMW, pode não ultrapassar os 8 litros em circuito misto e as emissões registam 175 g/km - números que revelam melhorias face ao Série 1 M Coupé.

Para o Inverno, está reservado o lançamento de uma versão xDrive, com tracção às quatro rodas, disponível em ambas as carroçarias e que pode ser aliado a um 120d ou ao M135i.

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