Com os seus sete lugares e uma evidente adaptação ao estilo familiar de classe média europeia, a primeira coisa que nos ocorre ao contactar com o novo Toyota Verso é a velha canção de Zeca Afonso que deu também título a um dos seus mais conhecidos álbuns. É que, apesar da tendência actual para famílias reduzidas, os filhotes não dispensam a companhia de amigos e vizinhos e é para essa partilha, esse estilo de comunidade alargada, que o novo Toyota está vocacionado. Seja nas tarefas quotidianas ou em passeios de fim-de-semana ou dias de férias, o novo Verso tem sempre implícito o convite: traz outro amigo também.
A par da disponibilidade de lugares, o novo monovolume da Toyota adopta um estilo estético mais dinâmico e de tendência claramente mais moderna e europeia. Uma linha seguida também pelos novos modelos Auris acabados de lançar e com os quais a marca nipónica se quer consolidar num patamar de vendas colado ao pódio permanentemente ocupado pelas marcas premium (Audi, Mercedes e BMW).
É claro que se pode colocar sempre a questão sobre se trata de um modelo novo ou renovado, mas não há dúvidas de que estamos perante uma solução de ruptura face às três gerações anteriores. É certo que na última já não era designada como uma variante o modelo Corolla, uma mera autonomização semântica, já que em termos de imagens e concepção a associação era ainda mais que evidente.
É esse corte que agora é total do ponto de vista estético. Mas não só. Face ao modelo anterior, o novo Verso incorpora um total de 470 modificações, das quais 60% dizem respeito ao aspecto exterior e os restantes 40% ao chassis e motor.
Novidade é também o facto de, pela primeira vez, este ser um projecto integralmente desenvolvido e produzido na Europa, o que é igualmente revelador da aposta no mercado e estilo europeu do novo Verso. A estética é resultado do trabalho desenvolvido no moderno estúdio de designa da marca, que dá pelo nome de ED2 e está instalado em Nice, no Sul de França, onde o carro foi apresentado. A parte de desenvolvimento técnico coube à unidade da Bélgica, enquanto a produção está instalada na Turquia, de onde os responsáveis da Toyota projectam fazer sair 50 mil unidades ainda ao longo deste ano.
Com o novo visual, que assegura uma imagem dinâmica e claramente mais moderna, o novo Verso reforçou também as condições de conforto e, sobretudo, as performances técnicas. A suspensão foi optimizada, tanto na frente como na traseira, e isso, associado à diminuição do coeficiente de resistência ao vento e ao (ainda) maior isolamento acústico do motor, nota-se claramente a bordo. Os ruídos mecânicos e de rolamento são quase imperceptíveis, fornecendo uma sensação de grande conforto.
Em termos de motor são também anunciados ganhos de 10g/km em termos de emissões de CO2, passando agora para 129g/km. Também no consumo de combustível os engenheiros da Toyota referem uma diminuição de 0,4l, com um consumo médio de 4,9l/100km. Números que a curta experiência ao volante do novo modelo mostrou serem possíveis, mas com uma condução praticamente focada apenas na racionalidade do consumo.
As referências dizem respeito ao bloco diesel 2.0 D-4D, com 124 Cv e associado a caixa manual de seis velocidades que é a aposta da marca para o mercado português, com preço base de 30.200 euros. Em alternativa, a Toyota Portugal disponibiliza também a versão, igualmente a diesel, 2.2 D-CAT, com 150 Cv, exclusivamente com caixa automática de seis velocidades e com o nível mais elevado de equipamento (Exclusive), a partir de 44.715 euros.
Embora o novo modelo comporte versões com cinco e sete lugares, apenas a última está disponível no mercado nacional. O que faz toda a lógica, já que com o fácil sistema de rebatimento dos bancos, tanto da segunda como da terceira filas, formando um fundo plano, a opção pelos cinco lugares está permanentemente assegurada. Em termos de espaço, os bancos da última fila estão claramente vocacionados para as crianças e a sua utilização faz também com que seja muito limitado o transporte de qualquer volume.