Fugas - Motores

O SUV que não chega a sê-lo

Por Carla B. Ribeiro

Não é um Sport Utility Vehicle (SUV): nem em atributos, nem em preços. Mas chega com ambições de conquistar uma quota dos fãs dos SUV e pelo caminho tornar-se uma opção entre os amantes das carrinhas.

Condução única, um design forte e benefícios de utilização. Eis a fórmula mágica usada pela Peugeot para transformar o 208 num crossover, que, inserido no segmento B, chega com o objectivo de constituir concorrência ao Opel Mokka, ao Renault Captur e até ao Nissan Juke.

Na prática, o 2008, com a mesma distância entre eixos do 208, é uma versão aumentada do hatchback que lhe serve de base: em comprimento cresceu 200mm e em largura 250mm, acrescentando 65 litros à bagageira, que apresenta uma capacidade para 350 litros (1172 litros, com bancos rebatidos).

Também traz as novidades já vistas no 208: posto de condução estruturado em torno de um pequeno volante e painel de instrumentos em posição elevada. Junta-lhes um travão de mão tipo “avião” e a capacidade de sair do asfalto, aventurando-se por neve, lama ou areia, graças a uma maiordistância ao solo face ao 208, às protecções e ao sistema Grip Control (accionável através de um botão na consola que separa os dois lugares dianteiros). Na prática, isto significa que o 2008 não terá qualquer versão de tracção às quatro rodas, uma política defendida sobretudo para manter o preço dentro do aceitável para o segmento em que se insere.

Aliás, a racionalização de custos é evidente em várias opções apresentadas, como a inclusão do sistema de assistência ao estacionamento e sensores no lugar de uma câmara traseira ou até mesmo pelos materiais que compõem os interiores.

É verdade que as opções racionais podem parecer ter pouca razão de ser, mas quando se olha para os preços percebem-se as vantagens. A versão de entrada, o 1.2 VTi, a gasolina, de 82cv, com equipamento-base Access (há ainda equipamento Active e Allure), chega a Portugal por uns interessantes 15.961€ — mais ainda quando a média oficial de consumo aponta para menos de cinco litros a cada cem quilómetros.

Ainda assim, não deverá ser esta a versão mais procurada no mercado luso, onde a marca pretende apostar na venda particular, mas também na criação de frotas empresariais onde o diesel soma pontos. E, nas ofertas a gasóleo, duas versões deverão disputar taco a taco o lugar do mais vendido. O 1.4 de 68cv, que, embora “pastelão”, chega a partir de 18.511€ — com equipamento Active (que junta jantes de liga leve de 16’’, ar condicionado manual, ecrã táctil e Bluetooth, além de volante em couro) comercializa-se a partir de 20.061€ —, e o equilibrado 1.6 e-HDi de 92cv, apenas disponível com equipamento Active e Allure, desde 21.711€ (com equipamento superior, chega aos 23.611€).

Em fase de pré-lançamento, previsto para 1 de Junho, há uma série especial de lançamento, limitada a 30 unidades e apenas para vendas online: motorização 1.6 e-HDi de 115cv, com caixa manual de seis velocidades e sistema Start/Stop, com equipamento Allure (ar condicionado automático bizona, ajuda ao estacionamento, faróis de nevoeiro com função cornering, navegação e Pack Visibilidade) e ainda alguns extras: bancos desportivos Mi-TEP e Alcantara, Grip Control, jantes em liga leve de 17’’, pedaleira, apoio de pé esquerdo e soleira das portas em alumínio, pintura metalizada e tecto panorâmico em vidro com iluminação LED. O preço de um 1.6 e-HDi de 115cv Allure é de 24.411€; a série limitada com extras, 25.990€.

Mas as armas da Peugeot estendem-se a outras acções: aos clientes que efectuarem pré-reserva de um HDi até 31 de Maio, a marca oferece um upgrade da versão seleccionada para a imediatamente superior e, também para colocar as suas oficinas numa posição activa, inclui no pacote a manutenção programada (basicamente, mudanças de óleos e filtros) durante quatro anos ou 80.000km.

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