Fugas - Motores

Mais equipamento com os mesmos preços acessíveis

Por João Palma

O modelo mais popular da Dacia, o SUV Duster, foi alvo de uma renovação que, mantendo (e até reduzindo) preços, altera o visual, traz novos equipamentos e um motor a gasolina de 125cv com melhores performances que o actual 1.6 de 105cv.

Três anos após o seu lançamento, o Dacia Duster foi alvo de uma renovação, disponível a partir de Janeiro de 2014. Para além de ligeiras modificações estéticas, o Duster renovado, sem aumento do preço, oferece novos equipamentos e uma motorização 1.2 Tce a gasolina com 125cv, que substitui com vantagem em termos de performances e consumos o actual motor 1.6 de 105cv (só se mantém na versão gasolina/GPL e ainda origina uma redução do preço de entrada, Pack, em cerca de mil euros, para 14.990€).

O Duster, lançado em 2010, é um marco importante na história da Dacia, talvez mais do que a integração do fabricante romeno na Aliança Renault Nissan em 1999. Até ao Duster, os veículos da Dacia, apesar de beneficiarem das tecnologias e motorizações do grupo e de serem baratos, eram pesadelos estéticos no estilo “caixote leste-europeu”, com interiores em materiais de fraca qualidade e acabamentos rudimentares. O SUV lançado em 2010, respeitando a filosofialow-cost da marca, foi uma pedrada no charco. Esteticamente atraente, com melhores materiais e acabamentos que os modelos anteriores da Dacia, foi o precursor de uma revolução no design, materiais e acabamentos dos veículos do fabricante romeno, que é hoje percebida em modelos como o Sandero Stepway ou o Logan MCV.

A única constante é uma filosofia de preços baixos, baseada na ausência de inovações. Repetindo o que já escrevemos: “O principal defeito dos veículos da Dacia é não trazerem quaisquer inovações; a sua principal qualidade é não trazerem quaisquer inovações.” Isto é, a Dacia usa tecnologias e soluções comprovadas, introduzidas pelas outras marcas do grupo. Por isso, se, por um lado, os modelos da marca romena não trazem nada de novo, por outro, fica reduzida ao mínimo a ocorrência de eventuais problemas decorrentes de inovações, que, por vezes, trazem defeitos iniciais.

De volta ao Duster, mantendo as qualidades que o tornaram popular, foi objecto de diversos melhoramentos, a começar nas motorizações.

O novo motor 1.2 Tce turbo a gasolina, com 125cv (o mesmo que equipa o Renault Mégane na variante de 130cv), vem substituir com benefícios em termos de performances e consumos o anterior 1.6 atmosférico com 105cv (que ainda se mantém nas versões gasolina/GPL). Uma das vantagens deste motor, referida pela Dacia, é a ausência de correia de transmissão, substituída por uma corrente que não necessita de ser mudada durante a vida útil do motor. A outra, já referida, é ter proporcionado uma baixa no preço de entrada do Duster. Também os outros propulsores, mesmo o 1.6 de 105cv, apresentam reduções nos consumos e emissões e ligeiras baixas no preço.

O que se mantém são as aptidões deste SUV para incursões fora de estrada, muito particularmente na versão com tracção integral, como pudemos comprovar numa pequena pista de obstáculos preparada para o efeito, durante a apresentação internacional: na versão 4x4, sem redutoras, mas com uma primeira velocidade muito curta que desempenha esse papel, e um selector de 3 posições, 2WD (4x2), Auto (distribuição automática, desde 100% à frente até 50%/50%) e Lock (4x4 permanente), o Duster tem uma altura ao solo de 210mm, 29,3º de ângulo de entrada, 23º de ângulo central e 34,9º de ângulo de saída. Com tracção integral pode circular em pisos de média/alta exigência e permite inclusive o cruzamento de eixos; na variante 4x2, consegue enfrentar situações de média/baixa dificuldade. Outro ponto em que este SUV se destaca é o seu diâmetro de viragem: 10,44m entre passeios e 10,76m entre paredes.

No exterior, não há muitas mudanças, excepto uma nova frente que lhe confere um visual mais dinâmico e desportivo. Por dentro, as mudanças são maiores, com melhoria dos materiais e acabamentos, bancos mais confortáveis, painel de instrumentos redesenhado, uma nova consola central e mais espaços para guardar objectos. Referência para o sistema multimédia e de navegação Dacia Media Nav, de série no nível superior de equipamento, Prestige, e opcional, por 300€, no nível intermédio, Comfort. Só é pena que o posicionamento baixo ao centro do ecrã táctil de 7’’ torne difícil a sua leitura e manuseio.

De resto, o Duster está mais confortável para os seus ocupantes e há uma redução do nível de ruído percebido. Noutra vertente, uma melhoria importante é o facto de o controlo de estabilidade ser agora de série em toda a gama e também passarem a estar disponíveis o regulador/limitador de velocidade e os sensores de estacionamento traseiros. O Duster beneficia da garantia geral da Dacia de 3 anos ou 100.000km, mas, mais relevante, continua a ser classe 1 nas portagens em todas as suas versões.

--%>