"Desenvolver um descapotável eficiente, elegante e dinâmico." Foi a partir desta premissa que o BMW série 4 Cabrio foi pensado, assegurou em conferência de imprensa o chefe de projecto Markus Maier, durante a apresentação internacional que decorreu em Las Vegas.E abra-se desde já o parêntesis: o evento nos EUA não foi inocente, uma vez que o mercado norte-americano representou cerca de 40% das vendas do série 4 Coupé, lançado em Cascais no ano passado.
O série 4 Cabrio, à semelhança do que já ocorrera com o Coupé, está mais comprido (26mm), com maior distância entre eixos (50mm, permitindo maior espaço para pernas de quem segue nos dois lugares traseiros) e mais largo (43mm) que o modelo que vem substituir, o série 3 Cabrio. Já as diferenças entre os manos 4 residem na altura e no peso: enquanto o Coupé reduzia 16mm à dimensão do série 3, o Cabrio é mais baixo apenas 9mm — isto é, com mais 7mm que o Coupé, garante mais espaço em altura sobretudo para os passageiros traseiros. Já em peso, o Cabrio tem mais 230kg que o Coupé.
Destaque para o facto de, com uma capota retráctil rígida de três peças, que se recolhe e recoloca à distância de um botão, a BMW ter conseguido manter interessantes níveis de aerodinâmica. A marca alemã aponta para um coeficiente de arrasto de 0,28 com a capota fechada e de 0,33 com a mesma recolhida. A operação de abrir ou fechar a capota executa-se em 20 segundos, sendo possível fazê-lo em andamento, desde que a uma velocidade inferior a 18 km/h.
Ainda sobre o tejadilho, a BMW sublinha o trabalho feito ao nível da insonorização e de absorção de ruídos. Elementos notórios assim que se fecha o habitáculo, que deixou de ser dividido pelo pilar B, extinto nesta carroçaria.
Ao nível do design exterior, referências à traseira que, cortada a direito, imprime uma sensação musculada ao carro. Outros detalhes que sublinham o seu carácter desportivo passam pela linha de ombro que rasga toda a silhueta do carro ou pelas entradas de ar atrás das rodas dianteiras. O aspecto geral, com todos os pormenores de design somados à sua aparência larga e baixa, é de “um barco”, dizem responsáveis da casa bávara.
No interior, é de referir o desenho do cockpit orientado para o condutor e a utilização de materiais premium, com detalhes em madeira. Como opção, o série 4 Cabrio estreia o sistema de aquecedor de pescoço, assim como uma abertura da bagageira em que, mesmo com a capota recolhida, se tem um fácil acesso a todo o seu conteúdo. E, por falar em mala, o Cabrio admite 370 litros com a capota fechada e 220 litros com a mesma aberta (o série 3 Cabrio tinha menor capacidade, enquanto a versão Coupé do 4 consegue arrumar 445 litros). Note-se ainda que, ao contrário do Coupé, os cintos de segurança são aplicados nos assentos.
Sob o capot, o série 4 Cabrio repete a aposta do mano Coupé com dois blocos a gasolina e um a diesel. A gama a gasolina tem entrada com o 428i de 245cv, de tracção traseira ou integral xDrive, para o qual é apontada uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100km/h de 6,4s (6,5s para a versão xDrive, apenas disponível com caixa automática de oito relações) e um consumo médio entre os 6,6 e os 7,0 l/100km. Mais potente, o 435i, de 3.0 litros, a debitar 306cv e um torque máximo de 406 Nm. Segundo números oficiais, o 435i acelera dos 0 aos 100km/h em 5,5s (5,6 com caixa automática) e regista um consumo médio entre os 7,5 e os 8,1 l/100km. Todas as versões a gasolina têm a velocidade máxima limitada a 250 km/h. No capítulo diesel, a BMW avança apenas com o 420d com 184cv. A aceleração é a mais lenta de todas as versões (8,2s), mas em compensação esta é o mais comedida na hora de pedir alimento: 4,8 l/100km com caixa manual e 5,1 l/100km com a automática.