Fugas - Motores

Um novo carro para picar a curiosidade

Por João Palma

A designação do novo veículo da Citroën significa picar a curiosidade e evoca a robustez, adaptabilidade e frugalidade de um cacto. O C4 Cactus é um veículo diferente e, assegura a marca, é feito a pensar nas pessoas.

O Citroën C4 Cactus, que será lançado em Portugal em meados de Julho deste ano, não é apenas mais um novo carro. A única classificação possível é a de ser um veículo do segmento C. Mas, a partir daí, onde se posiciona? Será um crossover? Um hatchback com maior altura ao solo? Com soluções simples mas originais, um design inconfundível, simultaneamente apelativo e funcional, e um preço de entrada abaixo dos 20.000€, o C4 Cactus é uma proposta audaciosa e diferente, criada a pensar nas pessoas.

As marcas, quando apostam particularmente num determinado veículo, não se limitam à sua apresentação dinâmica à imprensa, antecedendo-a de uma apresentação estática — um aperitivo para que se deseje ainda mais o prato principal. Foi isso que sucedeu com o C4 Cactus, perante mais de meio milhar de jornalistas de diversos meios, no antigo aeroporto de Le Bourget, em Paris. E, não por acaso, o dia escolhido foi 5 de Fevereiro, o do nascimento de André Citroën.

Desde 2007, quando os técnicos e designers da Citroën começaram a pensar na criação de um novo veículo, chegaram à conclusão que, no mundo automóvel, as ofertas têm evoluído, mas, no geral, não tem havido mudanças bruscas nas tendências correntes. Assim, decidiram criar um modelo que representasse um corte radical com o existente e simultaneamente fosse um manifesto de um novo posicionamento da marca em termos de design e concepção. Mas, acima de tudo, um veículo que satisfizesse as necessidades e aspirações das pessoas hoje em dia e que se inspirasse em objectos actuais que são referências de funcionalidade e de design (casos, por exemplo, dos telemóveis e dos tablets) — tudo isto com custos controlados.

E é essa globalidade que o C4 Cactus corporiza: um caso de do or die (faz ou morre), que aposta na audácia para conseguir sucesso. Construído sobre a plataforma do C3 optimizada, com 4,16m de comprimento, 1,73m de largura e 1,48m de altura, é 17cm mais curto e 6cm mais estreito que o C4, mas tem a mesma distância entre eixos (2,60m) e o espaço interior está bem aproveitado: cinco pessoas cabem à vontade e a mala oferece 358 litros de espaço.

Logo no exterior, o C4 Cactus destaca-se não só do C4 normal mas de outros veículos por um pormenor simples mas inovador: os Airbumps, películas de plástico macio com bolsas de ar incorporadas nas laterais, nos pára-choques e sob os faróis dianteiros, que não só lhe conferem um visual original como se revelam extremamente práticos, protegendo a pintura contra pequenos toques. Esta solução inspirou-se nas protecções laterais das embarcações e nas solas de ar dos sapatos desportivos. Outra inovação é a colocação do airbag frontal do pendura no tecto, libertando espaço para um porta-luvas grande, cuja tampa, na parte superior do tablier, abre para cima, não colidindo com os joelhos do passageiro.

Não sendo uma estreia, a colocação dos difusores do lava-vidros nas hastes dos limpa-pára-brisas permite usar apenas metade do líquido para uma melhor limpeza e também contribui para a redução do peso do veículo — apenas 965kg. No mesmo sentido, o tecto panorâmico de grandes dimensões tem filtro térmico que permite dispensar a cortina do tejadilho e os vidros traseiros têm abertura a compasso (menos 11kg do motor de elevação dos vidros). A contribuir ainda para tornar o veículo mais leve, o banco traseiro é rebatível por inteiro (monobloco), o capot é em alumínio e os motores são de baixa cilindrada e alto rendimento.

No exterior, são muitas as combinações possíveis entre as dez pinturas disponíveis e as quatro tonalidades dos Airbumps. Os pára-choques e as cavas das rodas são em plástico preto, o que minimiza os danos provocados por pequenos toques.

Por dentro, plásticos duros e tecido predominam nos materiais usados, mas nota-se cuidado nos acabamentos e no design, tipo “mala de viagem”, com tiras de couro, ferragens e pespontos no tablier e nas portas similares aos de uma mala. As linhas são puras e muito simples, com a quase total ausência de botões, substituídos por um ecrã táctil multifunções de 7’’ que é complementado por um visor digital atrás do volante com a instrumentação. O serviço Citroën eTouch inclui um sistema de chamada de emergência e assistência em caso de acidente. O C4 Cactus também pode ser conectado às aplicações do portal Citroën Multicy Connect, com informações de trânsito, postos de combustível, hotéis, restaurantes, etc.

No que se refere a propulsores, o C4 Cactus disporá de dois tricilíndricos a gasolina, 1.0 com 82cv e 1.2 com 110cv, e duas versões do 1.6 e-HDi a diesel, de 92cv e Blue HDi com 100cv, que, graças ao reduzido peso do C4 Cactus, proporciona médias anunciadas de consumos e emissões de 3,1 l/100km e 81 g/km de CO2. Mas mesmo as versões a gasolina terão emissões abaixo dos 100 g/km de CO2.

Para além da poupança nos consumos de combustível, a Citroën promete custos de utilização e manutenção cerca de 20% inferiores aos de uma berlina compacta. Com o C4 Cactus, a marca lança o programa Citroën & You, assente na transparência nas relações com os clientes, acompanhado pela criação de uma nova ferramenta chamada Citroën Advisor, uma página de Internet, na qual os clientes poderão publicar as suas opiniões e receber conselhos. Na aquisição, serão propostas modalidades que se adaptem às necessidades específicas de cada cliente.

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