Fugas - Motores

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Salão de Genebra: Suíça, território neutro também na indústria automóvel

Por Carla B. Ribeiro e João Palma

O Salão de Genebra é na Europa a mais importante montra da indústria automóvel, um território neutro onde fabricantes de todo o mundo apresentam as suas mais recentes criações. Na 84.ª edição, da centena de novos modelos ali exibidos, eis alguns dos que são de manter debaixo de olho.

Audi TT, 3.ª geração
O destaque na Audi vai para a 3.ª geração do TT, que chegará em Portugal em Setembro. Usando a plataforma MQB do grupo Volkswagen, chega com novo design, mas mantém o ADN do carro actual. Com dimensões similares ao modelo que substitui, ganha em espaço interior (em especial atrás) e volume de mala. Além disso, estreia um painel de instrumentos digital e as motorizações vão dos 184cv do diesel 2.0 TDI aos 310cv do 2.0 TFSI a gasolina.Ainda da casa alemã, outro modelo importante que brilhou em Genebra foi o S1. Previsto para meados deste ano, apresenta-se com tracção integral, um motor 2.0 TFSI a gasolina de 231 cv de potência e 370 Nm de binário, 7,0 l/100km de consumo e 250 km/h de velocidade máxima. Objectivo: competir com o Mini Cooper S.

BMW série 2 Active Tourer
Depois do coupé, o segundo série 2 será o Active Tourer, a lançar em Setembro: um monovolume de cinco lugares com um novo chassis, que utiliza a plataforma UKL1 de tracção dianteira e um económico motor 1.5 tricilíndrico a gasolina de 136cv (média anunciada de 4,9 l/100km) além de outro motor 2.0 a gasolina com 231cv e um 2.0 diesel com 150cv, ambos de quatro cilindros, tudo isto estreado no Mini III. Da marca bávara, destaque ainda para a apresentação do conceito do novo X4 que, a partir do X3, chega para fazer frente ao Porsche Macan ou ao Range Rover Evoque.

Citroën C1, Peugeot 108 e Toyota Aygo
Frutos da joint-venture PSA-Toyota, eis as três faces da nova geração de um citadino que já estava algo datado. O C1, que mantém a designação mas cujo design é fortemente influenciado pela linha DS (é uma espécie de mini-DS), virá em Setembro. Para Julho, estão previstos o Peugeot 108, que, por menos de 10.000€, substitui o 107 e o Toyota Aygo que se distingue dos manos franceses pelo “x” que marca a sua frente. Com diferenças no visual e no equipamento (bastante melhorado, em especial no caso do C1), os três modelos partilham a mecânica e dois motores de 3 cilindros a gasolina (1.0 l VTi 68cv e 1.2 l VTi 82).

Honda Civic Type-R Concept
No stand da Honda brilhava este protótipo desportivo do Civic, cuja versão de produção será lançada em 2015. Dotado de motor 2.0 VTEC turbo com 280cv, o futuro Type R pretende superar os seus rivais europeus, nomeadamente o Volkswagen Golf GTI e o novo Seat Léon Cupra que detém o melhor tempo de volta do circuito de Nürburgring para carros com tracção dianteira. Visualmente, oType R Concept apresentado rasga, literalmente, o design do Civic, abusando das arestas vivas.

Hyundai Intrado
Este protótipo de crossover utiliza materiais leves e materializa a nova linguagem de design da marca coreana, com a assinatura do conceituado designer Peter Schreyer, que se distinguiu na concepção de modelos da Audi e da Volkswagen. A inovação não se limita ao visual: este concept vem equipado com pilha de combustível.

Jeep Renegade
Esta foi a principal novidade da Fiat Chrysler. O Jeep Renegade, um pequeno SUV compacto que assenta na plataforma small-wide utilizada no Fiat 500L. Com design americano e destinado a todos os mercados mundiais, será produzido inicialmente na Itália e lançado na Europa no último trimestre de 2014. Apenas com tracção integral, poderá ser equipado com 16 opções de motorização e será o primeiro da categoria com transmissão automática de nove relações.

Nissan Juke revisto
Não foi com o Juke, com que a marca conseguiu abrir caminho para a categoria dos crossovers compactos, que a Nissan mais brilhou em Genebra. Esse feito coube à estreia do novo Nismo GT-R, um potente superdesportivo. Mas no que ao mercado luso diz respeito, o Juke com uma imagem renovada é capaz de animar mais do que qualquer bloco de 600cv. Com frente e traseira redesenhadas, novo sistema de info-entretenimento, opção de tecto de abrir panorâmico, além de um trabalhado bloco 1.6 e de um novel 1.2 turbo, o Juke mostra-se disposto a segurar o seu lugar no mercado. Note-se que, na versão 4x2, a Nissan conseguiu aumentar o espaço para arrumação em 40%.

Opel Adam, novo fôlego
Uma das principais novidades da Opel não é tanto um carro, mas um motor: o novo 1.0 Turbo ECOTEC de três cilindros, com injecção directa a gasolina, nas versões 90cv e 115cv. Esta nova motorização promete dar um novo fôlego ao Adam que surge na versão Rocks e que associa uma presença musculada e simultaneamente cosmopolita. Para o mais potente dos Adam há que esperar pelo S, com o motor 1.4 Turbo, 150cv e suspensão desportiva. No interior, a desportividade continua a dar cartas com bancos tipo baquet forrados a pele.

Renault Twingo, nova geração
O Twingo chega à sua terceira geração e reclama os efeitos da associação da casa francesa à Mercedes: o novo Twingo, previsto para o início de 2015, tem o motor localizado na traseira. A nova arquitectura, além de ter efeitos benéficos no raio de viragem, veio dar mais espaço interior ao pequeno veículo. Assim, embora tenha encolhido 100mm, o habitáculo cresceu 130mm. A nível de motorizações, estão anunciados dois tricilíndricos: um de 999cc e 70cv; outro de 898cc e 90cv.

Skoda VisionC em 2015?
Entre o Octavia e o Superb há um fosso. Isso é pelo menos o que a Skoda acredita e a razão pela qual revelou em Genebra um possível coupé de quatro portas que deverá chegar às linhas de produção em 2015. A base será a mesma plataforma MQB do Octavia, mas as linhas serão mais desportivas. Certo, afirma a marca checa, é que haverá espaço “suficiente para quatro adultos e respectiva bagagem”. Sob o capot, o VisionC valer-se-á do mesmo bloco do Audi A3 G-Tron: um 1.4 TSI de 110 cv. Destaque para o facto de este veículo já cumprir com a norma Euro 6.

Volkswagen Golf híbrido
É um Golf e com 204cv de potência poderia até ser um GTI. Mas este Golf é híbrido, unindo um motor 1.4 turbo a combustão a um propulsor eléctrico. Por isso, a denominação correcta é GTE. Números que fazem com que seja um carro a ter em conta: acelera dos 0 aos 100km/h em 7,6s, atinge os 222km/h e tem uma autonomia de quase mil quilómetros (939 km, afiança a marca). Em modo exclusivamente eléctrico percorre até 50km. Outra novidade com o selo Volkswagen, ainda sem data para a produção, é o T-Roc, um SUV para posicionar entre o Taigune (a lançar em 2016) e o Tiguan. Com três modos de condução (Street, Off-Road e Snow), surge com apenas duas portas e possibilidade de remover parte do tejadilho. A equipar o SUV, um bloco 2.0 turbodiesel, de 184cv, acoplado a uma caixa de dupla embraiagem de sete relações (a DSG).

As “bombas”
Não foram só nos carros “normais” que houve novidades em Genebra: também se mostraram muitos modelos de nível estratosférico. Só para citar alguns de forma telegráfica: Bentley Continental GT Speed 6.0 com 635cv; Chevrolet Corvette Z06, com motor V.8 6.2 de 635cv; Ferrari California T, com motor V8 3.9 de 560cv; Jaguar XFR-S Sportbrake, V8 5.0 de 550cv; o Koenigsegg 1, o mais potente dos “aviões” da marca sueca, com motor V8 5.0 de 1360cv (chega aos 400 km/h em 20s!); o Lamborghini Huracán, V10 5.2 com 610cv; Rolls-Royce Ghost com motor V12 6.6 com 570cv. Haja dinheiro, que cavalos não faltam.

XchangE, o carro que se autoconduz
Há quem não goste de conduzir. Há até quem dispensaria motorista se pudesse. A pensar nestes, foi concebido o concept car XchangE, um automóvel que se conduz sozinho, baseado num elegante Tesla S. Mas não se trata de apenas mais um meio de transporte: o XchangE transforma-se num escritório totalmente equipado, podendo acolher reuniões em movimento de até quatro participantes. O volante (que também pode ser assumido por um condutor) pode ser deslocado longitudinalmente e os bancos arrumados de diferentes formas — reclinados, virados para a frente, voltados para trás — consoante as várias necessidades. O XchangE resulta da cooperação entre a Rinspeed, “um think-tank suíço e um criativo laboratório de mobilidade para a indústria automóvel”, e a Regus, fornecedor mundial de locais de trabalho flexíveis.

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