Fugas - Motores

Daimler Ag

Um desportivo cheio de classe renovada que aspira modernidade

Por Carla B. Ribeiro

O CLS foi alvo de uma renovação que visou a melhoria do conforto e de alguns pormenores estéticos, apostando na modernidade. Mas o que mais sobressai é o que não salta à vista: a nova G-Tronic de nove relações.

Com uma história de apenas uma década, o CLS conseguiu marcar a indústria ao criar um novo nicho de mercado, depressa adoptado por outras marcas premium concorrentes da Mercedes. Agora, três anos após o lançamento da segunda geração, surge renovado, sendo o seu principal trunfo a nova caixa automática de nove velocidades G-Tronic.

As caixas automáticas da Mercedes há muito que podem servir para deitar por terra o mito de que aquelas foram feitas para quem não gosta de conduzir. E, se isso já acontecia com a de sete velocidades, com a G-Tronic de nove relações, de dupla embraiagem, a fasquia é colocada bem elevada. As passagens entre relações são praticamente imperceptíveis e, com apenas um leve toque ou alívio de peso no acelerador, é possível controlar a máquina sem quaisquer solavancos.

Se houver ainda incrédulos, o ideal é testar o modo de accionamento das velocidades através das patilhas no volante. Esta forma, combinada com o modo Sport, permite que o condutor repense sobre as qualidades de uma caixa manual e sobre os defeitos de uma automática. Já em cidade, o rolamento faz-se de forma muito suave, sem que o veículo sugira exigências a quem o conduz.

E tudo isto tendo por base um bloco “fraquinho” de apenas 2.0 litros e com quatro cilindros desenhados em linha, deixando antever o que a 9 G-Tronic é capaz quando acoplada a um V6. Mas a verdade é que, no caso do CLS Coupé 250 BlueTEC, a potência disponível de 204cv, mostra-se mais que suficiente para que não se sinta o peso das mais de duas toneladas que o carro soma quando tem todos os lugares ocupados.

Naturalmente que a marca não se ficou por mudar a transmissão neste facelift de uma geração com três anos (a segunda geração do modelo foi lançada em 2011). O interior, por exemplo, foi repensado no sentido de proporcionar uma maior sensação de espaço. É certo que só se sentam quatro, mas nenhum dos ocupantes, quer os da frente quer os do banco de trás, terá vontade de se queixar — só se for pela viagem já ter terminado. Além disso, um pouco por todo o tablier é possível observar um sublinhar propositado quer na qualidade dos materiais quer no uso de linhas que remetem para uma certa vontade de modernidade.

O maior exemplo disso é a inclusão do Comand Online que se pode gerir através do ecrã policromático de 8 polegadas. Desde que o veículo se encontre imóvel, é possível emparelhar um telemóvel com Bluetooth (para iPod e iPhone há um Media Interface) e navegar na Internet, acedendo às aplicações da Mercedes — casos das pesquisas Google Local com vista de rua e Meteorologia.

Da parte de fora, tanto a frente como a traseira foram revistas, tentando criar um carácter ainda mais desportivo, adoptando as linhas mais contemporâneas dos novos Mercedes, incluindo o sistema de luzes Multibeam LED — um extra que permite que as luzes sejam alinhadas automaticamente com as condições exteriores (de luminosidade e da estrada) mas que acarreta um custo de 1626 euros.

Aliás, se há defeito que estes carros têm é o custo dos extras. É que, como em quase todas as marcas premium, o valor pago pelos extras daria para comprar outro carro. E nem seria o carro mais barato do mercado.

No caso do CLS que a Fugas ensaiou, os opcionais totalizavam mais de 26 mil euros e incluíam, além das luzes em LED, Pack Assistência à Condução PLUS (2276,42€), Pack Memórias (731,71€), assento traseiro EASY-PACK quickfold (447,15€), Pack Fumadores (48,78€), tecto de abrir eléctrico (1219,51€), Pack Bancos Dianteiros com Multi-contorn (1300,81€), Airmatic (1707,32€), Comand Online (2967,48€), forro do tejadilho em Dinamica bege (1626,02€), jantes AMG com raios 19’’ (975,61€), sistema de som Surround Harman Kardon® (894,31€), vidros laterais traseiros e óculo traseiro escurecidos (406,50€), bancos dianteiros aquecidos (406,50€), iluminação interior ambiente (325,20€), embaladeiras das portas iluminadas (609,76€) e AMG Line (3008,13€).

No que diz respeito aos sistemas de segurança, a Mercedes continua a querer um lugar na dianteira. De série, estão disponíveis, por exemplo, os sistemas Collision Prevention Assist Plus, com travagem autónoma, e Anti Resvalamento na Aceleração (ASR).

 

Ficha Técnica

Motor: 2143cc, 4 cil., 16V, Injecção directa. 2 turbos.

Potência: 204cv @ 3800rpm

Binário: 500 Nm/ 1600-1800rpm

Transmissão: 9 G-Tronic

Tracção: Traseira

Veloc. máxima: 242 km/h

Aceleração 0 a 100 km/h: 7,5s

Consumo médio: 4,7l/100km

Emissões de CO2: 122 g/km**

Preço: 68.000€ (100.130€)

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