O que fazer do feliz renascimento em 2008 de um carro icónico como o Fiat 500, quando se torna necessário criar uma nova geração? É como restaurar uma obra de arte: há que proceder com cuidado para não estragar nada. Por isso é que o Fiat 500 de 2015, visto isoladamente, parece não se diferenciar do de 2008. E, no entanto, tem mais de 1800 novos componentes e houve uma modificação de 40% no total. O novo Fiat 500 estará à venda em Setembro com os mesmos preços e níveis de equipamento do actual.
Disponível nas versões berlina e descapotável, parece que nada mudou no Fiat 500 da geração de 2008 para a de 2015. É que os designers e engenheiros da Fiat tiveram sempre em mente manter o espírito e o visual inconfundível de um veículo icónico. O design do novo 500, segundo o fabricante italiano, está mais próximo do do original de 1957, mas só pondo um Fiat 500 de 2008 ao lado de um de 2015 é que se nota o que mudou — um pouco como aqueles passatempos de descobrir as diferenças entre dois desenhos quase iguais.
O chassis é o mesmo, bem como as dimensões e habitabilidade. Na frente, mantém-se o desenho dos faróis superiores ovais (médios e indicadores de direcção), mas agora proporcionando maior visibilidade nocturna; o grupo óptico inferior integra os máximos e as luzes de dia em LED num anel circular que envolve as ópticas; a nova grelha tridimensional, em vez do anterior friso cromado superior, tem dois “bigodes” cromados laterais a meio, os faróis de nevoeiro, com rebordo cromado, situam-se nas suas extremidades. Atrás, as ópticas conservam o desenho trapezoidal, mas agora constituem uma estrutura luminosa anelar, esvaziada ao meio, deixando ver a cor da carroçaria; as luzes de nevoeiro e de marcha-atrás encontram-se nas extremidades de uma fina grelha inferior, que pode ser preta ou cromada. Há também novas cores e jantes.
Para além do design, o citadino italiano foi trabalhado em outras quatro vertentes: ecologia (motores mais eficientes), infoentretenimento (novos sistemas), segurança e personalização (possibilidade de individualizar cada carro).
Os motores também são os mesmos à primeira vista, mas cumprem agora a norma de emissões Euro 6 e, com menores consumos, estão mais eficientes. Inicialmente, haverá quatro motorizações a gasolina: 0.9 Turbo TwinAir 85cv, 0.9 Turbo TwinAir 105cv, 1.2 69cv e 1.2 69cv EasyPower. As duas primeiras são motores de dois cilindros com turbocompressor; as duas últimas são motores atmosféricos de quatro cilindros. A versão EasyPower pode funcionar com gasolina ou com GPL. Em opção a uma eficiente e de fácil manuseio caixa manual de cinco velocidades (seis velocidades no 0.9 Turbo TwinAir de 105cv) está disponível uma caixa manual pilotada Dualogic.
Para um pouco mais tarde, está prevista uma versão Eco do bloco 1.2 a gasolina de 69cv, que terá apenas 99 g/km de emissões de CO2 e uma nova variante do propulsor a gasóleo 1.3 16v Multijet de 95cv que só emitirá 88 g/km de CO2, cumprindo a norma Euro 6, sendo mais eficiente em termos de consumos e performances. O Fiat 500 é dos poucos citadinos que ainda oferece uma motorização diesel.
A suspensão foi melhorada e agora os discos dos travões da frente têm todos 257mm (tambores de 180mm atrás, excepto no 0.9 de 105cv, que tem discos de 240mm). Um pormenor invisível mas sensível é a melhoria da insonorização do habitáculo.
No que toca à instrumentação e infoentretenimento, refira-se o painel de instrumentos digital circular TFT de 7’’ com diversas informações — rádio, pressão dos pneus, sistema de navegação, assistência ao estacionamento, velocímetro, conta-rotações, consumos, etc., etc. Ao centro do tablier, emoldurado por duas entradas de ar, destaca-se o ecrã de 5’’ do sistema Uconnect, com rádio, portas Aux-In e USB, conexão Bluetooth. No nível de equipamento superior, o mais sofisticado Uconnect 5’’ Live oferece ecrã táctil, reconhecimento de voz e possibilidade de conexão com um smartphone através de aplicações da Apple Store ou Google Play Store, podendo aceder à Internet e redes sociais, a streaming de música, à aplicação eco:Drive para conseguir uma condução mais económica e racional, etc. Em opção, o Uconnect 5’’ Nav Live dispõe de sistema de navegação TomTom. Refira-se a ausência de leitor de CD — segundo os técnicos da Fiat, para além de estar em desuso, progressivamente substituídos por pens USB, ocupariam muito espaço no tablier.
No interior, com plásticos duros, mas inserções e painéis metalizados denotando cuidado nos acabamentos, sobressai o bom gosto e a elegância típicos de carros italianos. Continuam os três níveis de equipamento, Pop, Popstar e Lounge, com três pacotes de personalização no nível Lounge, Style, Cult e City, mas a individualização de cada Fiat 500 vai mais além com a Second Skin: pelo preço de uma pintura, este citadino pode vir de fábrica com uma “segunda pele” ao gosto de cada um, com as opções Ethnic (mais leve), Lord, Comics, Navy ou Camouflage.