Fugas - Motores

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Uma grande, confortável e luxuosa carrinha premium

Por João Palma

Um novo veículo é (quase) sempre melhor que o que vem substituir. Essa é a lógica: só mexer para melhorar. No caso do novo Audi A4, as grandes mudanças ocorrem no interior, sendo o atractivo visual quase igual ao da anterior geração.

No segmento D, as carrinhas a gasóleo constituem o grosso das vendas em Portugal: no caso do A4, 85% para a carrinha Avant e 15% para a berlina Limousine, com destaque para a Audi A4 Avant 2.0 TDI de 150cv, que se prevê vir a ser a versão mais vendida deste familiar médio.

A sexta geração da Audi A4 Avant propõe um motor a gasolina (1.4 TFSI e 150cv) e três a gasóleo (2.0 TDI de 150cv, 2.0 TDI S tronic de 190cv e 3.0 TDI V6 quattro tiptronic de 272cv), uma versão-base e 2 linhas de equipamento, Sport e Design, com o mesmo acréscimo de preço face ao A4 básico. Os preços desta carrinha começam nos 41.180€ da A4 Avant 1.4 TFSI com 150cv a gasolina e vão até aos 69.720€ da Avant 3.0 V6 TDI quattro tiptronic com 272cv, com tracção integral, caixa automática de oito relações nas linhas de equipamento Sport ou Design. A berlina Limousine custa menos 1650€.

Quanto a dimensões, tanto a carrinha como a berlina medem os mesmos 4725mm de comprimento e 1842mmm de largura, só diferindo na altura: com 1434mm, a carrinha é 7mm mais alta. Mas em habitabilidade e soluções de arrumação, a carrinha é superior. Não só por ter uma mala com 505 litros de capacidade (1510 litros com a segunda fila de bancos rebatida) contra os 480 litros (1434 litros) da berlina. Com forro do fundo reversível (um dos lados em borracha), o acesso é muito mais fácil e, em opção, propõem-se redes, barras telescópicas, cintas elásticas e grampos de fixação, que se arrumam quando não são necessários num compartimento sob o fundo da mala e que permitem o aproveitamento total com segurança do espaço disponível até ao tecto. Também em opção, o portão traseiro não só pode ser aberto sem mãos com um movimento de pé sob a traseira do veículo, mas também fechado, o que é uma novidade.

Embora não tenha havido grandes modificações no visual, a A4 tem bons coeficientes aerodinâmicos: Cd 0.26 de resistência e Cx 0.26 de penetração. As qualidades aerodinâmicas aliam-se a uma redução de, em média, 120kg no peso face à carrinha da 5.ª geração. Esses factores, aliados a motores económicos e eficientes e transmissões de muito bom funcionamento, sejam elas a manual de seis velocidades ou as automáticas de seis e oito relações, dão origem a boas performances e baixos consumos e emissões (ver Ficha Técnica).

Com um comportamento dinâmico superior e melhorias no equipamento de segurança, os responsáveis da Audi sublinham o cuidado que tiveram para aumentar a suavidade de condução e a redução de ruídos, de forma a obter um conforto superior sem prejuízo do desempenho. Embora não sejam visíveis, a A4 Avant VI tem 785 novas peças face à Avant V. Para além disso, houve melhoria nos acabamentos e na qualidade dos materiais utilizados (que já eram bons).

Com uma extensa lista de pacotes e equipamento opcional, como é usual nos veículos premium, a A4 Avant oferece de série, no que se refere ao conforto e vida a bordo, faróis de xénon com luzes de dia em LED, jantes de liga leve, vidros atérmicos escurecidos, volante multifunções, interface Bluetooth, travão de estacionamento eléctrico, sensor de luz ou ar condicionado automático, entre outras coisas. Em opção, há novidades, como o cockpit virtual estreado no Audi TT ou o head-up display (projecção de informação no pára-brisas)

De referir que há que pagar à parte equipamento que geralmente é de série em veículos generalistas de segmentos inferiores, como o regulador/limitador de velocidade, os sensores de estacionamento e de chuva ou a iluminação nos espelhos de cortesia. Já no que se refere à segurança, como também é usual em veículos premium, o equipamento é quase todo de série.

Para 2016, anuncia-se uma versão com 122cv do 2.0 TDI destinada essencialmente a frotas. No final de 2016, virá uma versão do A4 denominada g-tron, com um motor 2.0 TFSI adaptado que funciona a gasolina, a gás natural (GNC) ou com o inovador Audi e-gas (gás natural produzido de forma sustentável). Com uma autonomia de 500km a gás a que se somam 450km a gasolina, será o A4 com menores custos de utilização. No entanto, não será comercializado em Portugal por ainda não haver uma rede de abastecimento de GNC.

A Audi e as emissões

Os responsáveis da SIVA, a importadora da Audi, declaram que os veículos vendidos desde o início do ano não vêm equipados com os motores a gasóleo afectados pela manipulação fraudulenta do grupo VW para falsear as emissões de partículas, ou seja, os 1.6 TDI e os 2.0 TDI com potências entre os 75cv e os 180cv, ambos da família EA189, obedecendo à norma de emissões Euro 5. Isto porque os Audi vendidos recentemente em Portugal já vêm com propulsores que cumprem a norma Euro 6.

Assim, segundo a SIVA, a nova geração do A4, que em Portugal terá lançamento na segunda metade de Novembro, tanto na versão carrinha A4 Avant como na berlina A4 Limousine, já vem com motores “limpos”.

O dispositivo que foi montado em alguns motores a gasóleo não afecta os carros, nem o seu comportamento no que se refere a segurança, performances e consumos. O seu propósito era falsear os números do volume real de emissões de partículas cancerígenas poluentes do ambiente. Este caso fez acordar as entidades europeias, que se preparam para alterar a legislação referente a emissão de gases e partículas, que é muito mais rigorosa nos EUA. Por exemplo, no que se refere a emissões, em Portugal a tributação dos veículos incide sobre o CO2 expelido para o ambiente e não contempla as partículas.

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