Fugas - Motores

Luxo de SUV desportivo e linhas coupé

Por Carla B. Ribeiro

Um carro que, da mesma penada, põe fim à carreira do ML e faz frente ao X6 da BMW. O Mercedes GLE Coupé afirma-se desde o fim do ano passado numa fileira em que desportividade casa com alto luxo.

Quando parecia que a casa bávara tinha descoberto um nicho de mercado no qual poucos concorrentes se atreviam a entrar, Estugarda lançou uma ofensiva em grande. O GLE Coupé chegou no fim do ano passado para concorrer directamente com o X6 da BMW. É certo que o GLE tem outros rivais, como o Audi Q6 ou o Volvo XC90. Mas no caso do GLE Coupé nenhum outro se assemelha tanto nos traços a um grande coupé de quatro portas como o modelo da BMW.

Numa total revisão do ML de 2012, a Mercedes trocou o nome do seu grande SUV para classe GLE, uma decisão que passa por harmonizar os nomes da gama. Em suma, foi revisto o design do carro, o equipamento e as motorizações. Mas a maior novidade assenta nesta carroçaria que tanto se assemelha a um coupé, não obstante as suas generosas dimensões: 4900mm de comprimento, 2003mm de largura e 1731mm de altura, com uma distância entre eixos de 2915mm, garantindo espaço a rodos quer para quem se senta à frente quer para quem segue atrás — para quem tem o hábito de lançar a mala para o banco traseiro é melhor pensar duas vezes: a meio da viagem não irá conseguir alcançá-la.

Comparativamente ao GLE, com o qual compartilha a plataforma, o GLE Coupé pelo exterior é maior em todas as quotas, excepto na altura, e mais pesado 75kg. Já no interior, há um pouco menos de espaço e a mala arruma menos 40 litros que o mano GLE. Mas nada que faça com que os adjectivos espaçoso e confortável fiquem comprometidos. Ao nível do conforto, o GLE Coupé pode mesmo ser catalogado de exímio. Primeiro, devido às suspensões pneumáticas Airmatic (um extra de 2200€ que vale a pena equacionar), que reduzem a altura em até 15mm e que fazem com que o carro pareça andar em pantufas. Depois, pela transmissão automática de nove relações 9G-Tronic e, por fim, pelo bom trabalho ao nível da insonorização. Mesmo tendo em conta que no seu coração se encontra um V6 diesel.

O bloco de 3.0 litros e 258cv destaca-se pela forma suave e constante com que se presta a servir o condutor, sendo muito agradável de conduzir mesmo em circuitos urbanos nos quais se esperaria uma menor aptidão. Mas, surpreendentemente, o carro parece estar tão à-vontade no pára-arranca quanto em estrada aberta ou mesmo em curvas apertadas. Não há, porém, bela sem senão, e no caso do GLE Coupé o seu calcanhar de Aquiles é o consumo real. A marca anuncia 6,9 l/100km de consumo médio em circuito misto, mas daquilo que observámos trata-se de um número muito optimista. Posto em marcha, é difícil colocar a fasquia do consumo abaixo dos dois dígitos.

Mas naquilo que o GLE Coupé volta a brilhar é nos luxos que garante, logo a começar pelo elevado nível de acabamentos e pelos materiais seleccionados, continuando pela quantidade de equipamento. Mesmo de série, com um custo de 103.150€, chega com vidros térmicos, volante multifunções, sistema de luzes inteligente LED, cruise control com limitador e suspensão agility control, entre outros. Porém, o carro conduzido chegava com outros mimos que faziam com que o preço crescesse para os 120.830€: tecto de abrir panorâmico em vidro, suspensão Airmatic, ar condicionado automático, pack parking com câmara de 360º e sistema de som Harman/Kardon.

 

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