Fugas - Motores

O porta-aviões da Ford

Por João Palma

Para completar a gama de SUV, à Ford europeia faltava-lhe um modelo grande para juntar aos EcoSport (pequeno) e Kuga (médio). Para isso, socorreu-se de um veículo já com provas dadas no mercado americano, o Edge, um SUV premium.

A própria Ford portuguesa reconhece: um grande SUV de cinco lugares, tracção integral e classe 2 nas portagens, custando mais de 50.000€, terá vendas residuais em Portugal. Mais a mais competindo num terreno dominado por veículos premium como o Mercedes-Benz GLE, BMW X3 ou mesmo grandes SUV como o Hyundai Santa Fe. E, no entanto, se nos abstrairmos do emblema, o Ford Edge, disponível em Portugal durante o mês de Junho, apresenta mecânica, equipamento e qualidade premium, com um preço concorrencial.

O portefólio da Ford, na Europa, estava incompleto, faltando-lhe um grande SUV. Para solucionar essa lacuna, pegou no Edge, um veículo global construído no Canadá, que já vai na segunda geração no continente americano, e adaptou-o às especificidades do mercado europeu. Pesando 1900kg, com 4808mm de comprimento, 1928mm de largura e 1602mm de altura, este grande SUV oferece duas motorizações a gasóleo: 2.0 TDCi com 180cv e caixa manual de seis velocidades e 2.0 TDCi biturbo com 210cv e caixa automática de dupla embraiagem de seis relações. No lançamento, terá três níveis de equipamento: Trend (apenas com o 2.0 TDCi de 180cv), Titanium (todas as motorizações) e Sport (só com o 2.0 TDCi de 210cv). Para início de 2017 está previsto um nível de equipamento, Vignale, superior ao Sport.

Face às especificidades do mercado português, o Edge apresenta vários handicaps. Só está disponível com tracção integral e apenas cinco lugares, a sua altura ao solo faz com que seja classe 2 nas portagens. Além disso, custa mais de 50.000€ e quem despende esses valores tem tendência a olhar para o emblema que o veículo ostenta no capot em detrimento do que ele oferece. Por isso, o Ford Edge será um veículo injustiçado.

E, no entanto, vejamos o que este grande SUV disponibiliza. Duas declinações do bloco de 1997cc a gasóleo, uma com 180cv associada a uma bem escalonada caixa manual e outra biturbo, com 210cv e uma caixa eficiente automática de dupla embraiagem, que proporciona boas performances com emissões e consumos reduzidos. Direcção adaptativa (de série no nível Sport, opção no Titanium), dotada de um motor eléctrico no cubo do volante, que a torna mais leve a baixa velocidade e reduz a distância de travagem em cerca de 10%. Tracção total inteligente, com o veículo a responder instantaneamente, adaptando-se às variadas condições do piso, protecção melhorada dos ocupantes, melhor estabilidade e ajudas avançadas à condução.

Tendo tracção integral, o Ford Edge tem aptidões para a condução fora de estrada, com 18,8º de ângulo de entrada, 22,4º de ângulo de saída, 17,1º de ângulo ventral e 203mm de altura livre ao solo. Às dimensões exteriores correspondem bom espaço interior para os cinco ocupantes e uma mala com 602 até 1847 litros de capacidade, sob a qual se aloja um pneu sobresselente, como é requerido para uma viatura todo-o-terreno.

O visual do Ford Edge é o de um veículo robusto mas de linhas elegantes. Por dentro, destaca-se a qualidade dos materiais e dos acabamentos, de nível premium, bem como o equipamento oferecido, de série ou em opção. O nível Trend, de série, inclui jantes de liga leve de 19’’, vidros escurecidos, sistema de conectividade Ford Sync 2 com ecrã táctil de 8’’, câmara de visão traseira, ar condicionado automático bizona, controlo de velocidade, sensores de luz e de chuva, etc. O Titanium adiciona sistemas de navegação, barras de tejadilho cromadas, abertura mãos-livres automática da mala, sistemas de estacionamento dianteiro e traseiro, etc. Por fim, o Sport, além de modificações no visual, acrescenta, entre outras coisas, pedais em alumínio, sistema de navegação Sony, direcção desportiva adaptativa, suspensão desportiva. Destaque para o sistema de cancelamento de ruído (como o dos auriculares individuais usados para anular os sons exteriores), de série em toda a gama, com emissão de ondas sonoras no habitáculo para eliminar ruídos como o do funcionamento do motor, da transmissão ou do vento, em conjunção com vidros que absorvem os sons exteriores.

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