O urso-de-kodiak é o maior entre os ursos pardos e por isso é também denominado de urso-gigante-do-alasca. Já o Kodiaq da Skoda é o maior veículo de toda a gama da marca checa e, dadas as suas dimensões, bem pode vir a ser considerado um gigante entre os seus pares.
Com 4697mm de comprimento (precisamente o mesmo de um Porsche Macan), admite pela primeira vez entre os carros da Skoda uma lotação máxima de sete pessoas (ainda que na terceira fila se devam encaixar melhor crianças que adultos) e deverá chegar a Portugal em Abril de 2017. Para já ainda não há preços.
Além de espaço, que abunda não só para os ocupantes das duas primeiras filas, como numa bagageira recorde (entre 560 e 735, atingindo os 2005 litros com todos os bancos traseiros rebatidos e com uns aprazíveis 270 quando os sete bancos seguem ocupados), o Kodiaq afirma-se no sentido de privilegiar o conforto, a segurança e a eficiência.
Tenso sido construído com base na mesma plataforma MQB dos congéneres Volkswagen Tiguan e Seat Ateca, o Kodiaq estreia a nova linguagem de design da marca — a Skoda Vision Design. Esta pode ser caracterizada pelas linhas sóbrias e rectas, com vincos profundamente marcados, sobretudo lateralmente, que casam com uma grelha frontal tridimensional ou com os faróis de nevoeiro elevados que surgem enquadrados no pára-choques. No caso do Kodiaq sobressaem ainda proeminentes cavas das rodas. Pelo habitáculo, as soluções de design mantêm-se simples, como é apanágio da marca, mas os materiais, mesmo os plásticos que persistem, revelam-se agradáveis ao toque. Além do mais, o conforto é pedra-de-toque no modelo, sobretudo para quem segue à frente, com bancos dianteiros aquecidos e ventilados. Como opção, pode-se ainda adquirir o veículo com regulação eléctrica dos bancos da frente. Atrás, há espaço a rodos para três adultos, quer em altura quer para pernas, sendo o encosto regulável e os bancos podem ser trazidos para a frente ou empurrados para trás mediante as necessidades de carga ou a existência de passageiros na terceira fila, no caso do carro com sete lugares.
Sempre impressionante é o número de soluções simples que apetrecham o carro com pequenas coisas que podem fazer toda a diferença no dia-a-dia. E, no caso do Kodiaq, além dos já conhecidos chapéus de chuva nas portas dianteiras ou do pequeno acrílico para segurar o papelinho do parquímetro, há novidades a registar: uma protecção em plástico mole que, automaticamente, se agarra ao rebordo das portas quando estas abrem, evitando eventuais danos às viaturas estacionadas ao lado. Mas há mais soluções dignas de registo: uma plataforma de carregamento sem fios para smartphones, uma lanterna LED na bagageira, um novo sistema de segurança eléctrico para crianças e um pacote conforto que inclui encostos de cabeça especiais.
No capítulo do conforto, há ainda uma série de ajudas à condução, sejam estas de série ou oferecidas como opcionais. É o caso do sistema de visão 360º, do cruise control adaptativo, do sistema de reconhecimento de sinais de trânsito ou do assistente de trânsito. O carro, com capacidade de reboque até 2,5 toneladas, pode ainda ser servido por uma tecnologia específica que substitui o condutor na altura de estacionar. O Tow Assist assume a direcção, em manobras lentas de marcha-atrás, travando quando surge um obstáculo atrás do veículo.
Mas não é preciso ter um atrelado para beneficiar de uma série de ajudas à condução. No total, está prevista a inclusão de duas dúzias de sistemas, com destaque para a travagem automática de emergência, a protecção de peões preventiva, o alerta de ângulo morto, a manutenção da faixa de rodagem ou o alerta de trânsito à rectaguarda. Um conjunto de soluções que permite ao Kodiaq sonhar com as cinco estrelas Euro NCAP, o organismo independente que avalia a segurança dos veículos automóveis comercializados na Europa.
Ao nível das motorizações, o Kodiaq pode ser equipado com dois blocos: um 1.4 TSI a gasolina e um 2.0 TDI a diesel, ambos com duas declinações. O primeiro pode oferecer uma potência de 125cv ou de 150cv; o segundo, de 150cv ou de 190cv. Há ainda um potente bloco a gasolina, 2.0 TSI de 180cv, mas este não deverá ser comercializado em Portugal, excepto por encomenda especialíssima.
O bloco 2.0 TDI de 150cv, com um binário máximo de 340 Nm, deverá ser a versão mais apetecível ao mercado nacional. E, em pequenas voltas na apresentação que decorreu nas estradas sinuosas das montanhas de Palma de Maiorca, deu para perceber que os números exibidos são mais que suficientes para um comportamento desenvolto. No caso do modelo conduzido, com tracção integral, destaca-se ainda a forma como se mantém sempre agarrado à estrada, mesmo em curvas com areia e debaixo de um temporal, como foi o caso. A variante diesel mais musculada, de 190cv, dispõe de um torque de 400 Nm, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 8,6s.
No que diz respeito ao propulsor 1.4 TSI a gasolina, o bloco de entrada é o de 125cv com 200 Nm de binário máximo, seguindo-se o de 150cv com um torque de 250 Nm. Os blocos mais modestos podem ser geridos por uma caixa manual de seis relações ou por uma DSG, transmissão automática de dupla embraiagem, de seis velocidades, com tracção dianteira (4x2) ou integral (4x4). Já os mais potentes, quer a gasóleo quer a gasolina, chegam com uma DSG de sete velocidades e estão apenas disponíveis em 4x4.
Todos os propulsores chegam com sistemas de paragem e arranque automáticos do motor, de recuperação de energia de travagem e de gestão térmica de forma a baixarem o consumo e as emissões sem comprometerem os desempenhos.
E, por falar em desempenho, a experiência de condução pode ser ainda mais divertida se associada às tecnologias disponíveis, como o selector de modos de condução (modo todo-o-terreno incluído) e o novo controlo dinâmico de chassis.