Fugas - Motores

Poupado e modernizado

Por Carla B. Ribeiro

O citadino foi alvo de uma operação de estética e de modernização, mas continua prático e, na versão a GPL, muito poupado.

Prático e funcional, como se pretende num carro pensado para a cidade. Além disso, a versão 1.0 GPL dá provas de ser extremamente poupada. Um trunfo de valor quando a condução se faz sobretudo em meios urbanos, pelos quais os costumeiros pára-arranca castigam os consumos de combustível e, claro, as bolsas dos condutores. Mas, agora, após uma operação que teve como objectivo dotar o i10 de atributos que lhe permitam competir de forma mais equilibrada com os seus concorrentes mais directos (e lançados mais recentemente, como o Up! da Volkswagen ou o Space Star da Mitsubishi), o carro mostra-se mais adequado aos tempos modernos.

A começar pelo exterior, em que as linhas foram revistas para tornar o carro não só mais atraente como para o distinguir entre a mancha do tráfego urbano. À frente, destacam-se as luzes diurnas em LED de formato circular ou a nova grelha em cascata que a marca considera conferir ao carro uma aparência “mais emocional”. Já a silhueta lateral é marcada por novos frisos e por jantes em aço de 14 polegadas. Emoções à parte, é certo que estas pequenas mudanças fazem com que o redesenhado modelo atraia mais olhares que aquele que substitui.

Se por fora as intervenções são facilmente detectadas, por dentro as mexidas são ainda mais evidentes. Ao centro do tablier surge um novo ecrã de info-entretenimento táctil com sete polegadas. O sistema, compatível com os sistemas Car Play e Android Auto, pode incluir navegação com previsão meteorológica, entre outros serviços online. À volta, continuam a predominar os plásticos duros, mas a inclusão do painel acaba por transformar todo o interior, tornando-o mais actual e, como era o objectivo, mais apetecível a um público jovem que, como as marcas de A a Z já compreenderam, valoriza tanto as funcionalidades de conectividade quanto a resposta do carro numa aceleração. Ou mais.

Por isso, na lista de equipamento de série, na versão de entrada Access, não falta leitor de MP3, entradas USB e AUX. Ainda de série, o carro traz ar condicionado manual, cruise control com limitador de velocidade e comandos no volante, vidros dianteiro e traseiros de comando eléctrico e espelhos retrovisores de comando eléctrico e aquecidos.

No que diz respeito à segurança, este renovado Hyundai i10 passou a oferecer duas novas e avançadas funcionalidades de prevenção de acidentes, ambas baseadas na nova câmara multifuncional: sistema de alerta de colisão frontal e o sistema de aviso de saída da faixa de rodagem. Uma “democratização da tecnologia”, nas palavras da Hyundai.

Já o bloco GPL 1.0 MPI com 67cv mantém as premissas de competência e de eficiência. De capacidades naturalmente limitadas à potência revelada e a um binário de 95 Nm apenas disponível às 3500rpm, o carro não pode ser descrito como uma total desilusão e, no caos urbano, até se despacha razoavelmente bem, não sendo absolutamente necessário andar sempre a trabalhar a caixa de velocidades. Embora uma subida mais íngreme obrigue a meter uma (ou até duas) abaixo...

As compensações chegam na altura de abastecer. Com um consumo oficial combinado de gasolina em circuito misto de 5,1 l/100km, a verdadeira poupança chega quando se muda para o modo GPL — para isso basta carregar num botãozinho, situado à esquerda do volante. Neste modo, é possível controlar os gastos num manómetro específico para este depósito. A marca oficial é de 6,5 litros a cada cem quilómetros, o que significa que o gasto é inferior a cinco euros (4,22€, tendo em conta o preço médio de 0,65€/l). Um facto a ter em conta.

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