Há marcas automóveis que são conhecidas pela condução dinâmica, outras cujas suspensões suaves privilegiam o conforto. No caso da sueca Volvo, a racionalidade esteve sempre na sua base. Mesmo quando se aventura por caminhos em que o luxo parece gritar mais alto.
Mas, ultimamente, a Volvo também quer ficar conhecida pela segurança, apontando o ano 2020 como aquele em que num acidente ninguém morrerá ou ficará gravemente ferido no interior dos seus carros, e, nesse sentido, não tem baixado os braços. Os frutos estão à vista: os resultados Euro NCAP, revelados já este ano, consideram a V90 entre as carrinhas mais seguras: cinco brilhantes estrelas, com 95% na Protecção de Adultos, 80% na Protecção de Crianças, 76% na Protecção de Peões e 93% nos Dispositivos Auxiliares de Segurança.
Para este resultado contribui a construção sobre a mesma plataforma do XC90, uma suspensão multibraços e muitos sistemas de ajuda à condução, entre os quais não falta sequer o assistente à condução autónoma. Entre outras funções, a centragem automática (até 130 km/h) que corrige a trajectória impedindo que o veículo saia da faixa de rodagem onde circula, a detecção de veículos, animais, peões, etc., com travagem de emergência, os sistema Run-off Road Mitigation, que, actuando sobre a direcção e os travões, evita que o carro saia de estrada entre 65 km/h e 140 km/h e Run-off Road Protection, que tensiona automaticamente os cintos de segurança e inclui um mecanismo nos assentos que absorve parte do impacto no solo quando há uma queda brusca.
Com as premissas da segurança cumpridas, é altura de passar em revista a carrinha do ponto de vista estético. De silhueta alongada, com 4936mm de comprimento e 1475mm de altura, marca presença em estrada logo pela largura da carroçaria (1879 mm), vincada pelas amplas ópticas e grelha dianteiras.
Resumindo, as linhas desta V90 mostram bem o que é: um modelo de luxo, de design dinâmico e elegantíssimo, que a coloca como uma das referências entre os seus pares. Por dentro, volta a imperar o luxo e a importância dada aos detalhes e aos acabamentos.
A muito completa instrumentação inclui dois ecrãs: um para o quadro de instrumentos e um com as dimensões e modo de funcionamento de um tablet, colocado ao centro do tablier que inclui os sistemas de multimédia, navegação, climatização e menus de configuração do veículo.
Ao nível da habitabilidade, a V90 só é beliscada pelo túnel central que impede que o passageiro do meio do banco traseiro possa ficar fã do carro. De resto, há espaço a rodos para ombros e pernas, além de que não será a altura a impedir nem a entrada nem o conforto de um passageiro mais alto. No que toda à bagageira, além de um excelente acesso, que conta com abertura a partir do interior e com botão eléctrico, há espaço para tudo e mais alguma coisa: são 560 litros que podem crescer até aos 1526 litros com o rebatimento do banco traseiro.
O conforto a bordo não pode ser dissociado das várias mordomias que o carro oferece na versão Inscription: climatização bizona, sistema de entrada e accionamento da ignição sem chave, painel de instrumentos digital de 12”, estofos em couro nappa, bancos dianteiros eléctricos com apoio lombar ajustável, espelhos interior anti-encandeamento e exteriores rebatíveis electricamente, faróis LED, cruise control adaptativo, sensores de chuva e de estacionamento atrás, assistente de faixa de rodagem, Bluetooth, sistema áudio High Performance, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito e jantes em liga de 18”.
No rolar, é notório o poder do propulsor desta versão D4, um bloco 2.0 litros diesel com uma potência equivalente a 190cv e um torque de 400 Nm, disponível por uma ampla faixa, entre as 1750 e as 2500 rpm. Ainda assim, com quase duas toneladas, acusa muitas vezes o peso da estrutura na altura de acelerar. Isto mesmo tendo em conta a rápida e relativamente divertida caixa automática Geartronic de oito velocidades