A chegada da carrinha, ainda este ano, deverá colocar o Hyundai i30 numa posição muito confortável no que toca à preferência do condutor português. Mas, até lá, não faltam trunfos ao cinco portas para começar a desbravar caminho num segmento em que não faltam referências de relevo.
A nova geração do Hyundai i30, cujas vendas se iniciaram na última semana, é a resposta da marca “à mudança dos valores contemporâneos” e às novas exigências dos clientes que procuram sobretudo “soluções com orientação tecnológica”, privilegiando a individualidade no estilo e a flexibilidade. No entanto, e apesar de uma forte aposta na estética, tanto exterior como interior, este não será um carro de mover paixões ou de fazer parar o trânsito. Por outro lado, é um veículo que facilmente conseguirá agradar a gregos e troianos, não tendo uma faixa etária específica como o seu público-alvo, com a marca sul-coreana a apostar sobretudo na racionalidade.
Mas analise-se por partes. Primeiro, o design, não continuasse este a ser um dos pontos que mais peso têm na decisão de compra no mercado europeu. Assim, a linguagem de design da Hyundai foi mantida, mas aprimorada. A carroçaria apresenta-se esculpida, com traços sufientemente vincados para fazerem a diferença mas não assim tão marcados que percam a estrutura fluida com que o carro se quer apresentar. Paralelamente, foi trabalhado o sentido de robustez, visível numa frente verticalizada ou, atrás, na posição mais elevada dos farolins. Em estreia, uma nova grelha frontal, em cascata, que nas versões mais equipadas exibe pontos cromados para gerar um aspecto sofisticado. Esta grelha passará a ser a imagem de uma família que em breve crescerá (depois da carrinha, a ser lançada em Junho, é esperada uma versão de alta performance, em Outubro, com i30N, e um fastback no início de 2018).
Ainda no exterior, a destacar a assinatura luminosa, com faróis em halógeneo de série e Full LED nas versões mais equipadas. Refira-se que, com estes, as luzes de dia também assumem a função de luzes de indicação de mudança de faixa. Já as jantes, sempre em liga leve, podem ser de 16 ou de 17’’.
No interior, a marca pretendeu primeiro dotar o seu familiar compacto com materiais que transmitem qualidade, não descurando nem os detalhes nem a arrumação. A organização do tablier passou a ser feita na horizontal, potenciando a sensação de largura do veículo, e as diferentes áreas estão extremamente bem divididas, não havendo lugar à confusão quando se quer gerir a climatização ou as funções de infoentretenimento. Neste campo, há a ter em conta a inauguração de um novo sistema, mais rápido que o anterior, e que pode incluir câmara de estacionamento traseiro.
Os sistemas que oferece, seja de série, seja como opcional, são outro dos trunfos que a marca exibe com orgulho, naquilo que considera ser uma democratização de ferramentas até há pouco tempo confinadas ao segmento dos premium. Além do Android Auto e do Apple Car Play, o i30 pode chegar com os sistemas Live Services (com sete anos de actualizações gratuitas), Map Care (actualizações incluídas) e carregador sem fios para aparelhos móveis.
Em relação aos sistemas de segurança, a nova geração inclui de série travagem autónoma de emergência com sistema de aviso de colisão dianteira, sistema de manutenção na faixa de rodagem, informação de limite de velocidade e máximos de acendimento automático e, numa novidade entre a gama, alerta de atenção do condutor. O veículo pode ainda incluir cruise control inteligente, detecção de ângulo morto e alerta de tráfego transversal na traseira.
Com uma posição de condução fácil de encontrar, é de sublinhar o trabalho efectuado ao nível da direcção assistida eléctrica que, segundo a marca, está mais precisa com uma resposta mais rápida do veículo. Já a experiência de condução pauta-se pelo conforto, algo conseguido com uma suspensão traseira multi-link de série em todas as versões, dispondo de um duplo braço inferior.
No banco traseiro, também não há razão para grandes queixumes: três conseguem arranjar espaço, tirando partido da forma do banco, e mesmo o túnel central não é assim tão saliente que chateie. Já a bagageira, com 395 litros, é suficiente para as necessidades básicas de uma família — seja na altura de ir às compras do mês, seja no tempo de partir de férias.
Para Portugal, estarão disponíveis cinco motorizações, todas turbocomprimidas: dois blocos a gasolina e três a gasóleo. A gasolina, a entrada de gama faz-se com o tricilíndrico de 1.0 de 120cv, cuja gestão está entregue a uma caixa manual de seis velocidades. Mais potente, o 1.4 de 140cv com um binário de 242 Nm logo disponível às 1500rpm pode ser equipado com a caixa manual ou com uma automática de dupla embraiagem de sete relações, a 7DCT. No campo do diesel, há apenas um bloco, o 1.6 CRDi, mas que pode ser servido com 95cv (apenas caixa manual), 110cv ou 136cv (caixa manual ou 7DCT).