Fugas - Motores

Evolução por fora, revolução por dentro

Por João Palma

Depois dos Coupé e S5, chega agora a carroçaria mais vendida do Audi A5.

É uma tradição no grupo Volkswagen e, em particular, na Audi: não há grandes alterações por fora de geração para geração. As transformações profundas ocorrem na mecânica e equipamentos. O novo A5 Sportback, a berlina com cinco portas e cinco lugares do modelo do segmento E da Audi, já está à venda com retoques no design, mas maior, com novos motores, mecânica e equipamentos. Os preços começam nos 47.760€ da versão-base com o motor 2.0 TDI de 190cv, transmissão dianteira e caixa manual de seis velocidades.

Esta é a carroçaria mais popular deste grande familiar, com 3900 unidades vendidas das 6000 comercializadas desde o aparecimento da primeira geração, em 2009 — as outras são o Coupé, lançado em Novembro de 2016 e o Cabrio previsto para Maio de 2017. O novo A5 terá novos motores a gasolina e gasóleo, que, segundo a Audi, oferecem uma potência até 17% superior e uma redução nos consumos que pode atingir os 22%.

Estão previstas cinco motorizações com lançamento faseado. No arranque, o bloco 2.0 TDI a gasóleo com quatro cilindros, 190cv e 400 Nm de binário, para o qual já existem preços e dados. No próximo mês, prevêem-se mais dois motores: 2.0 TFSI a gasolina com 252cv e 370 Nm de binário e 3.0 TDI diesel com 286cv e 620 Nm. A versão desportiva, S5, virá equipada com o propulsor 3.0 TFSI V6 a gasolina com 354cv e 500 Nm. Por último, surgirá uma variante mais económica do 2.0 TDI com 150cv, só com caixa manual de seis velocidades e tracção dianteira.

Todas as transmissões foram melhoradas, estando mais leves e eficientes. Além da caixa manual de seis velocidades, por mais 2450€ está disponível uma caixa S tronic de dupla embraiagem e sete relações (o S5 terá uma caixa Tiptronic de oito relações). Por um adicional de 3500€, o A5 Sportback pode ter tracção integral quattro. Assim, o A5 Sportback 2.0 TDI de 190cv, S tronic quattro custa 53.710€. Estes são os preços da versão-base, mas há duas linhas distintas de equipamento, com o mesmo preço, 2800€ — Sport, mais desportiva, e Design.

Com 4733mm de comprimento, 1843mm de largura, 1386mm de altura e 2824mm de distância entre eixos, o novo A5 Sportback cresceu em todas as dimensões, excepto na altura (- 5 mm), tendo um visual de coupé desportivo e atlético, com ampla frente, emoldurada por novos grupos ópticos, agora todos em LED ou LED Matrix. Sendo maior, pesa menos 85kg que a anterior geração e está mais aerodinâmico (Cd 0,26), com reflexos nas performances e consumos (238 km/h de velocidade máxima, médias de 4,4 l/100km de consumos e 114 g/km de CO2 de emissões, no caso do 2.0 TDI de 190cv com caixa manual). A suspensão de cinco braços, melhorada, proporciona maior dinamismo, equilíbrio e conforto na condução, tornando esta berlina muito estável, em particular em curva, sem penalizar o conforto próprio de um estradista premium.

O interior está mais espaçoso, com materiais mais sofisticados e novas cores; a mala tem 480 litros de capacidade (1300 litros com os bancos rebatidos). O equipamento de série inclui iluminação interior LED, Audi Drive Select (selecção dos modos de condução), climatizador de três zonas, Audi Pre Sense City (sistema de prevenção de colisões), sensores de luz, chuva e de estacionamento traseiro, etc.

Mas é nos sistemas de conectividade, MMI (interface homem-máquina) e de assistência ao condutor que se verificam as maiores novidades, com mais um passo rumo à futura condução autónoma (sem intervenção humana). Dotado de vários radares, sensores e câmaras, o A5 Sportback quase dispensa condutor. Um pormenor — até estacionado e parado, ao tentar abrir uma porta para sair, se houver um obstáculo ou veículo em movimento próximo, luzes avisadoras previnem os ocupantes. No que se refere à conectividade, para além de carregar por indução e ligar um smartphone ao sistema do carro, são muitas as funções disponíveis no veículo, através do portal myAudi ou por aplicações via smartphone (abrir, fechar veículo à distância, localizá-lo, ligar a climatização, etc.)

Ainda no âmbito da condução autónoma, no final deste ano o novo A8 virá classificado no nível 3, o mais alto de todos os veículos à venda — é uma questão de tempo (de legislação, adaptação das vias e inter-relação com outros veículos circulantes) para serem uma realidade carros que circulem sem necessitar de condutor. Há um projecto conjunto da Audi, BMW e Daimler em fase muito adiantada.

 

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