Fugas - Motores

Para ser premium só falta o emblema

Por João Palma

Hoje em dia, há uma zona cinzenta onde convivem topos de gama de marcas generalistas e as versões de entrada e médias de marcas premium, sem que se notem grandes diferenças a não ser no emblema. O novo Opel Insignia é disso exemplo.

O emblema que os carros ostentam pode ser símbolo de qualidade e de prestígio. Mas hoje a fronteira entre marcas generalistas e de luxo está esbatida – os fabricantes premium invadiram o território dos generalistas com modelos mais acessíveis e os segundos responderam com veículos de qualidade e equipamento premium. É o caso da 2.ª geração do Insignia, o topo de gama da Opel, que virá em Julho e já está disponível para encomendas – as diferenças para um carro premium estão no preço e no emblema.

Ainda não estão definidos todos os preços, mas é possível adquirir uma berlina Insignia por um valor abaixo dos 30 mil euros, mais precisamente, 28.680€ com motor 1.5 a gasolina de 140cv. Por isso, considerando a mecânica, equipamento de vida a bordo e de infoentretenimento, materiais utilizados e acabamentos, a qualidade não fica atrás à de veículos equivalentes de marcas premium, que se fazem pagar bem só pelo facto de o serem, podendo poupar-se uns bons milhares de euros. Mais: face à política comum a esses construtores de luxo – ao contrário dos generalistas –, quase todos os dispositivos de conforto e vida a bordo são extras que se somam ao preço-base.

A Opel foi adquirida recentemente pelo grupo PSA, quando o novo Insignia já estava na rampa de lançamento. Por isso, a pergunta que se põe é se a marca alemã vai ser canibalizada pelo grupo francês. Hoje em dia, no mundo automóvel, o futuro é de difícil previsão, mas à primeira vista tudo aponta para que a Opel mantenha a sua identidade. Aliás, para este ano estão previstos sete lançamentos, sendo este o segundo (o primeiro foi o SUV Crossland). Outra coisa é, a curto/médio prazo, o aproveitamento e utilização comum de equipamento e tecnologias (o Crossland, por exemplo, já usa uma plataforma comum ao grupo PSA e não é de excluir o uso tecnologias Opel em outras viaturas do PSA).
Produzido na fábrica da Opel em Rüsselsheim, Alemanha, o novo Insignia, que na versão berlina adopta a designação Grand Sport, só vai estar disponível nas carroçarias 5 portas e carrinha (Sports Tourer). No que toca a mecânica e motores, há um novo propulsor 1.5 a gasolina, nas versões de 140cv e 165cv, que substitui o anterior 1.4. A gama de motores a gasolina completa-se com um também novo 2.0 de 260cv. A gasóleo, duas variantes do bloco 1.6, com 110cv e 136cv e o mais potente 2.0 com 170cv. Todos os motores e transmissões estão mais eficientes, com reflexo nos consumos e desempenhos.

A caixa manual de 6 velocidades também é nova. O sistema de controlo adaptativo do chassis, FlexRide foi melhorado. O 1.5 de 165cv pode vir equipado com caixa automática de 6 relações. Já o mais potente 2.0 de 260cv traz de série uma nova caixa automática de 8 relações. De série neste Insignia mais potente é também a tracção integral com vectorização de binário, seleccionável manualmente com modos de condução Tour e Sport.

O novo familiar médio da Opel, com silhueta de grande coupé e um coeficiente aerodinâmico (Cd) de 0.26, inspira-se no protótipo Monza Concept de 2013 que também esteve na base do novo Astra. Está construído sobre a plataforma Epsilon 2 e não só parece como é mais dinâmico, com um comportamento equilibrado. A nova arquitectura, motores, caixas de transmissão e materiais usados na construção fazem com que o novo Insignia seja mais leve: 175kg na berlina e 200kg na carrinha. A rigidez torsional também aumentou 9%, o que acrescenta à sua guiabilidade.

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