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Camaleão Sauvignon Blanc 2010

descrição

O rótulo tem estampado um camaleão de cor verde que passa a azul mal o vinho atinge a temperatura de serviço ideal. O que faz mudar a cor é a tinta térmica que impregna o desenho do camaleão. Com esta solução, são dispensáveis os termómetros e os testes tácteis à garrafa. O vinho também tem algo de camaleónico. Proveniente de uma família com grandes ligações ao vinho, João Cabral Almeida é um jovem enólogo beirão que, além de dar aulas na Escola Superior Agrária de Viseu e prestar algumas consultorias (é colaborador de Anselmo Mendes), produz os seus próprios vinhos, seguindo um conceito enológico diferente. "Não tenho paradeiro, viajo muito à procura de boas vinhas, pouco me importo onde transformo uvas em bom vinho. Vejo Portugal como um gigante adormecido, onde há muitos diamantes por lapidar. Imagino os meus vinhos logo após observar e sentir a vinha encontrada e toda a sua envolvência (paisagem, cultura local, etc.)", lê-se numa pequena nota de apresentação. Foi assim que nasceu este Camaleão Sauvignon Blanc 2010. João Cabral Almeida colaborou com um produtor da região de Lisboa e dessa experiência ficou-lhe o interesse por uma vinha de Sauvignon Blanc. Na última vindima, comprou uma parte da produção e fez uma pequena quantidade de vinho com recurso a métodos de vinificação tradicionais. O vinho vale o que valem as uvas. Não é o melhor Sauvignon Blanc do mundo, longe disso, mas, dos que se fazem em Portugal, não há muitos que lhe sejam superiores. Como vinho de Verão, é difícil não gostar da jovialidade e frescura do aroma, que junta evocações tropicais a outras mais próximas e familiares, como as que emanam dos laranjais e do verde dos jardins. Esta fresquidão prolonga-se na boca, onde alguns amargos atenuam a doçura da fruta. A acidez é excelente, proporcionando um final muito vivo e agradável. Pelas suas características, este é o tipo de vinho que vai melhor com conversa do que com comida, embora case bem com pratos frescos de Verão. Mas não há nada de negativo em ser um vinho social. O champanhe também o é. P.G.
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