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Audi A1 1.4 TFSI Sport S tronic: Os automóveis não se medem aos palmos

Por João Palma

Há carros que parecem ser mas não são. O Audi A1 1.4 TFSI Sport S tronic parece e é - um pequeno desportivo fácil de conduzir, com genica e a qualidade que é apanágio da marca. Só é pena ser tão caro...

O A1 é o mais pequeno veículo da Audi. Um carro do segmento B, isto é, um "utilitário" pelas suas dimensões, mas que, pelo equipamento, qualidade dos materiais, acabamentos, comportamento em estrada e até mesmo pelo preço, não tem nada que ver com a maior parte de veículos que integram esse segmento. O carro que a Fugas conduziu, 1.4 TFSI Sport S tronic, de 122cv e caixa sequencial de 7 relações, é a versão mais cara, 25.250 euros, a que se somaram 6490 euros de extras.

Ao entrarmos na viatura, nota-se a qualidade dos materiais e dos acabamentos: mesmo sendo um modelo de 3 portas e 4 lugares, com 3954 mm de comprimento, 1740 mm de largura e 1416 mm de altura, os genes da marca premium alemã estão tão presentes como nos modelos de maiores dimensões. O espaço disponível no habitáculo não é abundante, em particular nos lugares traseiros. À frente a comodidade é maior, com bancos envolventes, que, tal como o volante, são reguláveis em altura e profundidade, pelo que é fácil encontrar uma boa posição de condução.

Também a bagageira tem dimensões reduzidas - 270 litros (920 litros com os bancos traseiros rebatidos). E isto apesar de o A1 não dispor de roda sobresselente ou de emergência - apenas um kit de "reparação" de pneus para ganhar peso e espaço. Segundo as marcas de automóveis, este kit cobre cerca de 90 % das situações de danos nos pneus. O pior é quando ocorrem as outras 10 %: cortes, rasgões ou rebentamentos. Além disso, a sua utilização, para além de implicar a reposição do kit (com os custos inerentes), causa danos no pneu, obrigando à sua substituição.

Voltando ao A1 1.4 TFSI S tronic, as boas impressões iniciais mantêm-se quando se põe o carro em andamento. Os 122cv deste propulsor 1.4 TFSI sobrealimentado são verdadeiros puros-sangue. A excelente caixa sequencial de 7 relações ajuda ao comportamento brilhante do carro, com resposta imediata ao pisar do acelerador, nos arranques, recuperações e ultrapassagens.

Em estradas sinuosas e de montanha, o comportamento deste pequeno desportivo de tracção dianteira é irrepreensível, para o que contribui não só o programa electrónico de estabilidade como o bloqueio electrónico do diferencial e uma suspensão que, sendo algo rija, não deixa de ser confortável q.b. numa condução mais relaxada.

As preocupações ambientais e de poupanças de consumos também estão presentes em todas as versões do A1, que incluem sistemas de paragem e arranque automático do motor e de recuperação de energia de travagem. Por isso, a Audi anuncia médias de 5,3 l/100 km de consumos e 122 g/km de emissões de CO2 para o 1.4 TFSI.

Talvez se possam conseguir esses valores numa condução suave, em percursos sem trânsito. Porém, um carro como este "pede" outro tipo de andamento: em percursos muito diversos, que incluíram condução urbana e alguns engarrafamentos, a Fugas obteve uma média de 8,4 l/100km.

O Audi A1 obteve o máximo de 5 estrelas nos testes de segurança do Euro NCAP pelos novos parâmetros, com 90 % de protecção dos ocupantes, 79 % nas crianças, 49 % nos peões e 86 % nos dispositivos auxiliares de segurança. Este A1 1.4 TFSI S tronic trazia o nível de equipamento superior, Sport, que, de série, inclui, entre outras coisas, faróis de nevoeiro, luzes de dia, suspensão desportiva, vidros coloridos e térmicos, apoio de braço dianteiro, bancos desportivos, sistema Isofix, computador de bordo, volante desportivo e auxílio ao arranque em subida.

O equipamento opcional desta unidade totalizava 6490 euros, a somar ao já elevado preço-base de 25.250 euros. E é no preço que reside, porventura, o maior handicap do A1: mesmo a versão de entrada, A1 1.2 TFSI Advance, com caixa manual de 5 velocidades, custa 19.230 euros. Depois, no nível Sport não estão incluídas coisas como os sensores de luz e de chuva (140 euros), de estacionamento atrás (400 euros), o sistema de controlo da pressão dos pneus (60 euros), o volante desportivo multifunções em pele com patilhas (270 euros) ou o cruise control (285 euros), que, face ao preço e ao estatuto do veículo, poderiam ser equipamento de série.

Estes dispositivos faziam parte dos 6490 euros de extras, que incluíam ainda climatizador de duas vias (400 euros), faróis xénon plus (1030 euros), jantes em liga leve de 17 polegadas (970 euros), sistema de som Audi (285 euros), um pacote media style, composto por um rádio com ecrã TFT de 6,5 polegadas, luzes interiores em LED, preparação para sistema de navegação, conexão Bluetooth, etc. (1430 euros) ou pintura metalizada (550 euros).

FICHA TÉCNICA

Motor 4 cil., 16v, 1390cc, gasolina
Potência 122cv às 5000 rpm
Binário 200 Nm às 1500-4000 rpm
Veloc. máxima 203 km/h
Aceleração0/100 km/h 8,9s
Consumo médio 5,3 l/100 km
Emissões de CO2 122 g/km
Preço 25.250 euros ?(versão ensaiada, 31.740 euros)

* Dados do construtor

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