A Jaguar remodelou a berlina XF e, para além da estética mais aprimorada, introduziu-lhe um novo turbodiesel de 2.2 litros, que debita 190cv de potência. O sistema Start-Stop de série ajuda a conter os consumos para níveis satisfatórios, que permitem rivalizar com as restantes propostas de prestígio num mercado cada vez mais contraído.
As propostas dos construtores alemães dominam o segmento premium, mas algumas marcas continuam apostadas em manter o seu quinhão neste patamar exclusivo. A Jaguar é, desde há muito, um emblema com estatuto firmado e tem vindo a demonstrar que, apesar de ter passado para as mãos do grupo indiano Tata, não perdeu a aura que conquistou na restrita galeria dos construtores de automóveis de luxo.
A renovada berlina XF é disso exemplo. Os retoques no esbelto visual exterior aproximam o modelo familiar médio da gama superior XJ, por via da grelha cromada, das ópticas de traço mais felino e das linhas da secção posterior. A mala com 540 litros de capacidade só peca por falta de forro na parte superior do compartimento. Os faróis em xénon bi-funcionais passaram a incorporar luzes de presença em LED, tecnologia também presente nos indicadores de mudança de direcção e nas funções de aviso de Stop.
No interior respira-se um ambiente requintado, resultado da feliz conjugação das clássicas inserções em madeira com as contemporâneas aplicações em alumínio. Quando se prime o botão da ignição, vem ao de cima o aparato tecnológico: o selector rotativo da caixa de velocidades automática eleva-se na consola central, coordenado com a abertura das quatro saídas de ar e a iluminação do ecrã TFT, a cores, com o painel de instrumentos "virtual".
O novo bloco de quatro cilindros e 2.2 litros não entusiasma pela sonoridade ou suavidade, mas ainda assim, com os seus 450 Nm de binário, responde com desenvoltura à pressão sobre o pedal da direita. A força transmitida ao eixo traseiro traduz-se em acelerações convincentes. O mérito deste desempenho deve também ser creditado à rápida transmissão automática ZF de oito velocidades. Seja no modo normal ou na configuração Sport. Para uma resposta sem qualquer surpresa restam as patilhas no volante, pois o vistoso Jaguar Drive Selector apenas serve para seleccionar as funções de andamento normal ou desportivo e de paragem.
A direcção precisa proporciona uma boa "leitura" nos trajectos mais sinuosos. A suspensão filtra bem os pisos mais degradados, mas fica a impressão de que o emblema britânico já foi mais longe em termos de compromisso entre conforto e eficácia. Em opção está disponível um sistema dinâmico adaptativo, que a marca assegura que permite tirar maior proveito do controlo do chassis.
O sistema automático Start-Stop, de funcionamento suave, contribui para reduzir consumos até aos 7%. No entanto, numa utilização maioritariamente em auto-estrada, a média rondou os oito litros, algo acima, portanto, dos valores homologados. O discreto ecrã táctil de sete polegadas, no topo da consola central, possibilita o controlo de diversas funções do veículo e do sistema de navegação, servindo ainda para exibir as imagens do opcional sistema de estacionamento com câmara traseira (688€). Embora bem recheado de mordomias de segurança e de conforto, a unidade ensaiada somava aos 67.034€ do nível de equipamento Premium Luxury mais uns quantos extras, como a pintura metalizada (908€), a madeira de raiz de nogueira no tablier (188€), os bancos dianteiros aquecidos e refrigerados (1155€) e o sensor de ângulo morto nos espelhos (454€). Nada que a concorrência também dispense.
FICHA
Motor: 2179cc, 4 cilindros, turbodiesel de injecção directa por conduta comum
Potência: 190cv às 3500 rpm
Binário: 450 Nm às 2000 rpm
Transmissão: Automática, de 8 velocidades
Veloc. Máxima: 225 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h: 8,5s
Consumo médio: 5,4 l/100 km
Emissões CO2: 149 g/km
Preço: A partir de 67.034€