Fugas - Motores

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O brinquedo que se tornou uma coisa séria

Por João Palma

Quando a Mitsubishi lançou a versão híbrida plug-in do seu SUV, o objectivo era mais marcar posição. Só que o êxito do Outlander PHEV, que já representa uma fatia importante das vendas da marca japonesa, obrigou a outro olhar.

Os números confirmam o sucesso: mais de 50.000 unidades vendidas na Europa desde 2013, das quais 230 em Portugal, onde a versão híbrida plug-in do SUV Outlander já supera em vendas a variante a gasóleo (150 viaturas). Apresentado em 2012 no Salão de Paris e lançado em 2013, o Mitsubishi Outlander PHEV foi o primeiro SUV do segmento D a usar a tecnologia híbrida plug-in gasolina/eléctrica, com uma autonomia de 52km em modo 100% eléctrico.

Agora esta variante, que já representa 55% das vendas do Outlander e 15% do total da Mitsubishi na Europa, também é alvo da segunda renovação da terceira geração (2013) deste SUV do segmento D e, beneficiando do regime fiscal português para veículos eléctricos e híbridos plug-in, a que se soma um desconto de campanha, tem para empresas preços a partir de 32.950€. Isto é, o mesmo preço do Outlander a gasóleo com tracção dianteira, que não beneficia de isenção do IVA.

E aqui abrimos um parêntese: em países como Inglaterra ou Holanda, todos, particulares ou empresas, têm isenção do IVA na aquisição de veículos eléctricos ou híbridos plug-in. Como veículos como o Outlander PHEV não servem propriamente para transportar batatas ou caixas de parafusos, porquê a discriminação entre privados e empresas? Estas já têm benefícios adicionais no que se refere a deduções e amortizações de veículos eléctricos. Por isso, dos 230 Outlander PHEV vendidos em Portugal, 65% foram para empresas.

Para além dos benefícios fiscais (mesmo para particulares), são óbvias as vantagens do Outlander PHEV face à versão diesel: tracção integral, mais potência, uma autonomia que lhe permite circular no dia-a-dia em modo 100% eléctrico com óbvia economia (cerca de 1,30€ de energia eléctrica para fazer 100km) e mais equipamento (como, por exemplo, GPS no nível Intense do PHEV). Sendo ambas as versões classe 1 nas portagens, a única vantagem do Outlander diesel é ter sete lugares face aos cinco do PHEV (o espaço dos dois lugares adicionais é ocupado pelo motor eléctrico traseiro).

Com redução no preço, o renovado Outlander PHEV mantém o sistema híbrido com motores a gasolina e eléctrico à frente e eléctrico atrás para mover as rodas traseiras, dispensando o eixo de transmissão central. O conjunto apresenta ligeiras melhorias nas performances e nos consumos.

Mantêm-se os três modos de condução: EV (eléctrico), até 120 km/h; Híbrido Série, até 120 km/h, bateria e gerador alimentado pelo motor de combustão (nível de bateria baixo ou se é necessária forte aceleração); Híbrido Paralelo, acima dos 120 km/h, motor de combustão e motor eléctrico traseiro em situações pontuais (subidas, etc.). Se o nível de carga da bateria for baixo é possível recarregá-la com o gerador alimentado pelo motor de combustão (modo Charge) ou poupar a bateria (modo Save).

O exterior sofreu alterações, com nova grelha, pára-choques e ópticas em LED. Por dentro também houve algumas mudanças, tendo mais equipamento, mas, no essencial, continua a ter um habitáculo espaçoso e uma mala com 463 até 719 litros de capacidade.

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