Fugas - dicas dos leitores

  • Tiago Espírito Santo

As 5 coisas de que eu mais gosto no Uganda

Por Tiago Espírito Santo

Freelancer multimédia, Tiago Espírito Santo, 32 anos, vive no Uganda desde 2013. Resume em cinco pontos a capital do país, Kampala.

1.
Boda-boda

Nada como um táxi de duas rodas para furar o caos do trânsito e chegar rapidamente ao nosso destino. Os boda são omnipresentes e estão sempre prontos. Como é de imaginar, não é a actividade mais segura do mundo. Mas numa cidade de noites amenas, andar de mota de t-shirt durante o ano inteiro vale o risco da falta de capacete. “‘Bora” de boda?

2.
Owino Market

Um dos maiores mercados da África Oriental, Owino é um labirinto em crescimento, não recomendado a quem tenha fobia da multidão ou falta de orientação. É uma experiência por si só, mas os vendedores não gostam do turista que vai ver e sentir e não compra nada. Há lá de tudo: desde televisões que não funcionam a roupas vintage com etiqueta, e até bruxaria e manteiga de amendoim. Além disso, o regateio é das arrelias mais giras. Nos últimos anos, pegou fogo três vezes, mas no dia a seguir ao incêndio já estava a ser reconstruído pelos comerciantes.

3.
Sede da Uganda Wildlife Authority

A sede da UWA é a wikipédia do Uganda para os fãs de animais em estado selvagem. E é lá que se obtém a licença para ver bem de perto, durante uma hora, um grupo de gorilas protegidos pelo vigor do silverback. Este adágio bem que podia existir: “É como ir ao Uganda e não ver o gorila da montanha.” O primata, nosso primo, está, como é evidente, em vias de extinção. É ir antes que se esgote o stock.

4.
As notícias dos jornais locais

São hilariantes como as do Inimigo Público, com a diferença de não serem propositadamente humorísticas. Mas não deixam de ser fabricadas. No New Vision, o jornal da ditadura camuflada do senhor Museveni, o presidente aparece sempre a inaugurar coisas.

5.
Big Kids League

Uma jogatana ao fim-de-semana é importante para a saúde mental de um adepto de futebol. O torneio Big Kids League junta grande parte dos expatriados de Kampala, que imitam os jogos das selecções em campos de futebol de sete. É também uma oportunidade única para rasteirar diplomatas, que aparecem para marcar golos e queimar a barriguinha. Na nossa equipa U.E./Itália, o embaixador da U.E. é o ponta de lança goleador. O clima é que não ajuda. O sol e a altitude...é como suar em Marte.

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