A exposição/ feira de artesanato ,os tapetes floridos nas ruas da Ribeira, a celebração eucarística e a procissão ao mar trouxeram à cidade milhares de pessoas.O encontro de bandas filarmónicas do concelho; o espectáculo dos cantares ao desafio, poesia na sua forma mais popular, despida de filosofia barata e palavras imperceptíveis, rimando sem obedecer aos formalismos académico; e o Desfile das Mordomas iluminaram Viana.
Os trajes únicos e a beleza graciosa das “mensageiras do ouro” levam-nos ao que escreveu Ramalho Ortigão em As Farpas: “Pois bem! Eu acho-me hoje na obrigação de declarar que nunca, em parte alguma, vi mulheres mais bonitas do que algumas das que encontrei a vender na feira de Viana .”
Muitas farpas foram lançadas por alguns intelectuais em relação a festas populares marcadamente religiosas. Muitos afirmavam o Portugal de Fátima, fados e bola .O que vemos no Portugal de hoje deixa muito a desejar: temos muitas bolas, o fado em destaque e a fé não enche o estômago!
Por falar em fado, recordo o que poetizou Pedro Homem de Melo, poeta maior e folclorista injustamente esquecido, e Amália Rodrigues cantou imortalizando em “Havemos de ir a Viana: “Se meu sangue não me engana/como engana a fantasia/havemos de ir a Viana/ó meu amor de algum dia”.