A segunda geração do Sandero, o utilitário de cinco portas e cinco lugares da Dacia, sofreu uma renovação profunda, nomeadamente nas motorizações, com a adopção do Tce 90, tricilíndrico de 898cc e 90cv estreado no Renault Clio, e da versão mais recente do 1.5 dCi a gasóleo de 90cv. Esta renovação abrange o Stepway, a versão mais “rural” (não é propriamente um todo-o-terreno) do Sandero e que não era vendida em Portugal. Estes dois modelos renovados serão lançados no mercado português em Janeiro.
A Dacia, de origem romena, é a marca low-cost da Aliança Renault/Nissan, tendo por objectivo produzir veículos fiáveis e robustos a preços acessíveis. Como tal, à excepção do design, o seu investimento em inovação é nulo: todos os componentes dos Dacia já foram usados noutros veículos da Aliança Renault Nissan com resultados comprovados.
No caso do Dacia Sandero, até mesmo o design tem muito do Renault Clio de gerações anteriores e nesta renovação as modificações exteriores e interiores são poucas. A disposição da instrumentação e dos comandos é muito parecida com a do Sandero 2 original de 2008 e os materiais continuam a ser duros, embora pareça que são de melhor qualidade, tal como os acabamentos, e o contorno dos manómetros é em cromado.
As melhorias mais evidentes verificam-se nos novos equipamentos e nas motorizações. Assim, o Sandero passa a dispor de série de controlo de estabilidade, assistência à travagem de emergência e airbags laterais, nova direcção assistida variável e, consoante o nível de equipamento, regulador/limitador de velocidade (de série no Sandero Stepway). Com isto, bem como melhorias na estrutura da carroçaria, a Dacia espera que o Sandero obtenha um mínimo de três estrelas nos testes de segurança, de acordo com os novos e mais rigorosos parâmetros do Euro NCAP – não são o máximo de cinco estrelas obtido, por exemplo, pelo Renault Clio, mas, para cortar custos, a Dacia, no Sandero, limitou-se ao essencial.
Outras novidades são o sistema multimédia e de navegação Media Nav (opção por cerca de 300€), o Dacia Plug&Radio (rádio/CD com MP3, entradas USB e jack e conexão Bluetooth) e os sensores de estacionamento traseiro (de série no Stepway e, consoante o nível de equipamento, no Sandero).
Tanto o Sandero como o Sandero Stepway usam agora o motor Tce 90 tricilíndrico sobrealimentado de 898cc, a gasolina, com 90cv, bem como a versão melhorada do 1.5 dCi de 90cv, a gasóleo, ambos estreados no Renault Clio. A única diferença, que se reflecte no aumento de consumos, é que no Sandero não vêm equipados com Start & Stop (paragem e arranque automáticos do motor) bem como recuperação de energia de travagem – para se conseguir pôr à venda um carro com 90cv a um preço abaixo dos 9000€ é preciso poupar… Para além destas motorizações, há ainda uma versão do Sandero a GPL/gasolina, com um motor 1.2 de 75cv.
O Dacia Sandero, que tem 4058mm de comprimento, 1733mm de largura e 1518mm de altura, é um meio de transporte para cinco pessoas, com uma bagageira de 320 litros (1200 litros com os bancos traseiros rebatidos), sem luxos mas com o equipamento essencial, a preços que são dos mais baixos do mercado e, para além de uma garantia de três anos ou 100.000 km, apoiado na tecnologia e know-how da Aliança Renault Nissan.