Fugas - Motores

Económico e eficiente para desfrutar no caos citadino

Por José Augusto Moreira

Pequeno e global, o novo Mitsubishi Space Star pretende criar um novo conceito entre os citadinos puros e os pequenos utilitários. Tem cinco portas e cinco lugares, números recorde de consumo e equipamento de série fora do comum.

Terá dois nomes, consoante se trate da Europa ou dos outros continentes, mas é um modelo com características únicas para o mercado global. O novo carro de pequenas dimensões da Mitsubishi, que estará à venda em Portugal antes do Verão, pretende criar um novo conceito entre os citadinos puros e os pequenos utilitários, respondendo de forma uniforme aos diferentes requisitos do mercado globalizado.

Pequeno, global e muito económico, mas também eficiente do ponto de vista energético e ambiental, trata-se de um carro pensado à escala global e segundo um conceito dominado pela racionalidade. A grande pecha será mesmo a dimensão estética, se bem que quem vê caras não vê corações, como desde sempre avisa a sabedoria popular.

Depois da apresentação do concept Global Small (pequeno global) no Salão Automóvel de Genebra, em Março de 2011, a produção em série arrancou já em Março do ano passado na nova fábrica da Mitsiubishi na Tailândia, de onde até este Verão devem sair 200 mil unidades do novo carro com destino a todos os mercados. As previsões da marca japonesa apontam para que o grosso se destine aos mercados asiáticos (29%), seguindo-se a Europa, incluindo a Rússia e a Ucrânia (27%), e o Japão (26%). Inicialmente baptizado como Mirage, o novo pequeno global encontrou problemas com o registo do nome na Europa, onde vai chamar-se Space Star, designação que herda do bem-sucedido monovolume da marca que foi produzido entre 1998 e 2005 mas de cujo conceito se afasta de forma decisiva.

Com dimensões compactas de 3,71 metros de comprimento, 1,67 de largura e 1,49 de altura, o novo Space Star tem um peso reduzido de 845 kg e aerodinâmica optimizada, com um coeficiente de arrasto de apenas 0,27. Tudo isto se reflecte nas performances ecoambientais, com um consumo de apenas 4l/100 km e um recorde de emissões CO2 de 92g/km. Números que correspondem ao motor a gasolina 1.0 litros, de 3 cilindros e 71 cv. Outras das características competitivas do novo modelo dizem respeito ao facto de dispor de cinco lugares, carroçaria de cinco portas e uma bagageira mesmo assim capaz de responder às necessidades básicas (235l).

É claro que para meter tudo isto dentro de um pequeno utilitário houve que seguir um modelo de construção onde a eficácia mandou sempre mais que a estética. Desde logo conseguindo uma redução significativa de peso.

 

Start & Stop de série

Tomando como comparativo o modelo antecessor, o Colt, a diminuição é de 120k, repartidos de forma idêntica entre chassis, carroçaria e grupo propulsor. Tendo em conta que uma variação de 10% do peso corresponde a uma diferença de 6,5% em termos de consumo de combustível, bem se pode avaliar da importância dos esforços dos engenheiros da Mitsubishi neste aspecto. Também os ângulos da carroçaria foram especialmente estudados de forma a optimizar os aspectos aerodinâmicos, que de igual modo se reflectem nos consumos e emissões poluentes.

Segundo os responsáveis da Mitsubishi, todo o projecto foi concebido com o objectivo de reposicionar a marca no mercado de entrada dos pequenos utilitários (segmento B), respondendo ao mesmo tempo às novas solicitações de uma economia globalizada. Um movimento de convergência partindo de pólos opostos, que resulta de uma nova classe média nos países emergentes, que reclama espaço e qualidade a preços moderados, e clientes cada vez mais sensíveis aos custos e questões ambientais no panorama de crise dos mercados tradicionais.

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