Já na cidade, onde os consumos apurados também andaram em linha com os anunciados (a marca fala em 8,8; conseguimos 8,9 l/100km), fica triste. O carro e também quem segue atrás do volante. Não que não goste de um andamento de pára-arranca. Mas não a uma velocidade urbana — não é à toa que a marca junta ao pacote do RCZ 1.6 THP 200cv um Curso de Condução Driving Experience no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Certo é que, depois de conduzir esta motorização com 200cv, a curiosidade aguça-se relativamente ao mesmíssimo motor mas com 260cv, que surgirá na segunda metade deste ano.
Apertadinhos com estilo
Não vale a pena sequer olhar para a coisa como um defeito. O RCZ não é um carro de quatro lugares. É um 2+2. E isto quer dizer que os lugares traseiros não são para ser considerados como uma opção diária (a não ser que se tratem de bebés ou crianças em idade pré-escolar), mas antes para desenrascar alguma situação. No entanto, se se der o caso de ter de enfiar mais dois passageiros na viatura, o mais certo é que estes se sintam numa espécie de nave: os assentos são tipo baquet; os cintos prendem-se no lado oposto ao que se está habituado e tudo à volta da cabeça é vidro transparente. O acesso pode não ser o melhor, mas o facto de os bancos dianteiros possuírem memória (duas posições) agiliza a manobra.
Carro para dois, mala para quatro
Como já se percebeu, o RCZ é sobretudo um carro para duas pessoas. Por isso, não deixa de ser espantoso o espaço oferecido pela bagageira: 384 litros, valor que o coloca entre os melhores dos seus pares. A arrumação é ampla, mas também há lugar para pequeninos objectos que se podem arrumar em vários espacinhos sob o alçapão. Além do mais, com (as desejáveis) duas pessoas no habitáculo, há sempre a possibilidade de rebater os bancos traseiros, permitindo aumentar a capacidade de arrumação até 760l. Por todo o habitáculo, a arrumação também não foi descurada. Como nas portas, onde uma garrafa de litro e meio de água cabe sem qualquer esforço, ou no porta-luvas.
Estabilidade do aileron
Aqui não há novidades, mas isso não significa que não valha a pena refrescar a memória. O aileron mantém-se móvel e é accionado automaticamente mediante a velocidade atingida: a mais de 85 km/h eleva-se a uma posição intermédia; acima dos 155km/h, abre-se em toda a sua grandeza. No entanto, não é necessário infringir quaisquer limites de velocidade para usufruir do aileron. Na consola central, um pequeno botão acciona o spoiler logo para a segunda posição, mantendo-se assim enquanto o condutor o quiser. Vantagens? Além de tornar o carro mais estável, ajuda a manter os níveis de consumo em números muito interessantes.
Nova frente
É de facto o que mais sobressai nesta operação de estética de 2013: uma nova frente, redesenhada a pensar em tornar o carro mais sofisticado. Para isso, trocou a grelha única que compunha a sua frente por duas independentes e em diferentes níveis: a de cima, central, integra duas lâminas cinzeladas e inclui o nome Peugeot numa base cromada; a de baixo estende-se praticamente ao longo de toda a carroçaria, com lâminas em preto brilhante, rematadas em ambos os lados por luzes em LED. E, claro, chega com o novo emblema do leão, já estreado noutros modelos e aplicado directamente na carroçaria.