Fugas - Motores

  • José Sarmento Matos
  • José Sarmento Matos
  • José Sarmento Matos

Continuação: página 2 de 3

Um verso que rima bem

Mas serão os 124cv suficientes para levarem a bom porto 1715kg de carro mais o peso de sete pessoas? Admita-se: não é muito célere quando segue cheio e o melhor é pensar bem as manobras antes de as efectuar. Mas, com um binário máximo de 310 Nm, disponível a partir das 1600rpm, também não entra para a liga dos molengões. Será mais adequado dizer-se que é um veículo tranquilo, conseguindo boas prestações desde que lhe seja dado tempo e beneficiando de um rolamento estável graças a novas afinações tanto na suspensão dianteira (do tipo MacPherson) como na traseira (com eixo de torção).

Caso siga a bordo apenas o condutor, até parece capaz de revelar um comportamento mais espevitado, com recuperações que chegam a ser interessantes, ainda que não arrebatadoras, sem que o facto possa entrar para a lista de “contras”.

 

 

 

De família

 

As mudanças deste novo Verso não são poucas. Aliás, a marca avança que há “470 componentes alterados”. Mas as modificações mais vincadas deste Verso são precisamente na sua frente, onde é visível a adaptação da nova linguagem de design da Toyota, tornando-o mais um parente da família nipónica que assenta exclusivamente nas necessidades do mercado europeu. Para tal, o pára-choques dianteiro foi redesenhado, exibindo duas grelhas: uma, mais pequena e superior, que une as ópticas da frente com uma barra horizontal de acabamento cromado e onde se evidencia o logótipo Toyota; a segunda, inferior e trapezoidal, a ligar os faróis de nevoeiro com acabamentos cromados. O resultado é uma aparência mais larga do que a realidade.

 

 

 

Head-up display

 

Antes que haja confusões, o modelo ensaiado não dispõe de head-up display, aquele sistema em que as informações mais prementes surgem reflectidas no pára-brisas, mesmo à frente dos olhos do condutor sem que este tenha de desviar a sua atenção da estrada. Mas a posição tanto do velocímetro como dos ecrãs do computador de bordo foi pensada para dar essa vantagem ao condutor: são altos, tendo sido colocados quase em linha com o olhar, e desimpedem a vista para a frente. Nota baixa, porém, para o visor de indicação de mudança de velocidade. É demasiado pequeno e, dependendo da posição do volante, pode até ficar escondido sob o aro.

 

 

 

Lugar para todos

 

Assentos é coisa que não falta neste MPV. São sete, mesmo sete — embora os dois traseiros acabem por ficar mais espremidos que o desejável. Ainda assim, no Verso cabem filhos, pais, cães, gatos e até o periquito. Pena que, com os sete lugares montados, não caiba praticamente bagagem nenhuma (155 litros, acompanhando as costas dos bancos; 198 litros, até ao tecto). Se os sete lugares forem necessários até para viagens grandes, então há a possibilidade de arrumar a bagagem no tejadilho. No entanto, esta hipótese chega com custo acrescido. As barras do tejadilho são consideradas acessório e custam 190€.

 

 

 

A recalcular…

 

Pode ser azar. Ou falta de experiência com programas de navegação. Mas não há vez que o programa Touch&Go da Toyota não se ponha a recalcular trajectos quando: 1) não houve qualquer engano da parte do condutor; 2) faltam menos de cinco quilómetros para chegar ao destino. E, de repente, já não faltam cinco. Faltam nove. E, sem se dar por isso, já se está numa estrada que parece ir dar a nenhures. Até que volta a recalcular, levando-nos a ficar cada vez mais longe do sítio para onde queremos ir. Solução? Desligar sistema de navegação, encostar na localidade mais próxima e pedir direcções. Não há como falhar.

--%>