Fugas - Motores

Corolla, um clássico em constante renovação

Por João Palma

Espaçosa mas de linhas algo conservadoras, a nova geração do Toyota Corolla traz um motor renovado, económico e com bom desempenho.

 O Corolla é o modelo mais emblemático da Toyota, tendo resistido ao aparecimento do Auris, que o substituiu nas carroçarias hatchback e carrinha, mantendo-se o Corolla como a berlina de três corpos do segmento C do construtor japonês. A nova geração deste clássico, que já está à venda, é a 11.ª de uma história de 44 anos. A Fugas conduziu um Corolla com o nível de equipamento superior, Exclusive, dotado do motor 1.4 D-4D a gasóleo de 90cv, que foi melhorado quando do lançamento do Auris.

De notar que, como oferta de lançamento, este nível de equipamento é oferecido pelo mesmo preço que o do nível intermédio, Comfort. No nível Exclusive, o Corolla vem bem equipado de série, com estofos em pele, bancos aquecidos, sensores de chuva e luminosidade, climatizador bizona, para além de sensor de pressão dos pneus, da versão renovada do sistema de info-entretenimento Toyota Touch 2, de câmara de visão traseira, etc., etc.

Os únicos opcionais incluídos no veículo que conduzimos foram a pintura metalizada (410€) e o sistema de navegação Toyota Touch 2 with Go (765€), que permite ler e-mails e tem ligação à Internet e ao Google Places. Curiosamente, apesar de dispor de câmara de visão traseira, o Corolla não traz sensores de estacionamento e se, para trás, as manobras se efectuam sem problemas, à frente, num veículo com 4620mm de comprimento e 1775mm de largura, uns sensores seriam bem-vindos, em especial quando é preciso estacionar em espaços apertados.

Outra ausência no equipamento é o cruise control, o que, num carro com vocação de estradista, é sempre uma comodidade acrescida em viagens longas.

Em termos de segurança, o Corolla, em testes efectuados em 2013 pelo Euro NCAP, obteve o máximo de cinco estrelas, com 94% na protecção dos ocupantes, 82% nas crianças, 67% nos peões e 66% nos dispositivos auxiliares de segurança (nesta última área, foi penalizado pela ausência de cruise control). Construído sobre a mesma plataforma do Auris, o Corolla tem maior distância entre eixos, 2700mm. Com ausência de túnel central de transmissão, o espaço para os cinco ocupantes é generoso (a distância atrás para as costas dos bancos dianteiros foi aumentada), bem como a capacidade da mala, que atinge os 452 litros. No veículo que conduzimos, sob o fundo da mala, encontrava-se um kit de “reparação” de pneus, mas o espaço existe e é possível optar por uma muito mais aconselhável roda sobresselente normal.

As linhas exteriores, com grelha e friso traseiro cromados, luzes de dia em LED, têm um visual mais actual que o da anterior geração, com a frente em conformidade com os princípios de design Keen Look da Toyota. Já no interior, o Corolla tem um aspecto conservador, com um tablier a lembrar modelos com mais de uma dezena de anos. Houve uma melhoria nos acabamentos e materiais, que, mesmo assim, continuam a não impressionar pela qualidade. Em contrapartida, a posição de condução é boa e confortável, os comandos são simples de utilizar e o ecrã táctil responde rapidamente ao toque do dedo. A suspensão foi melhorada e o Corolla está muito confortável, mesmo em pisos irregulares. A direcção é precisa, o raio de viragem, 10,8 metros, é reduzido e esta berlina, considerando as suas dimensões, goza de boa estabilidade, inclusive em curva.

Na nossa opinião, um dos maiores – se não o maior trunfo deste novo Corolla – é o renovado motor 1.4 D-4D, estreado no Auris. Acoplado a uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades, tem um muito razoável desempenho nas recuperações e ultrapassagens, parecendo ter mais de que os 90cv de potência que oferece. Além disso, é frugal nos consumos. Num percurso em grande parte em auto-estrada, mas com cinco ocupantes e sem preocupações especiais de condução, obtivemos uma média de 5,2 l/100km. Num troço com apenas duas pessoas, a média parcial foi de 4,7 l/100km. E isto apesar de o Corolla não dispor de sistema Start/Stop, de paragem e arranque automáticos do motor, que, no pára-arranca em cidade, permite poupar algum combustível. 

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