No caso do Renault Mégane 1.6 dCi, o bom desempenho do motor é complementado por uma bem escalonada caixa de velocidades, por um sistema Start/Stop de comportamento irrepreensível e um indicador de mudança de velocidade no visor do conta-rotações. Na boa tradição francesa, o Mégane tem uma suspensão confortável, mas não adorna e é estável em curva.
É boa a qualidade dos acabamentos e materiais usados no habitáculo (de toque macio), a instrumentação é bastante completa e de fácil leitura e manuseio, com destaque para o R-Link (opcional). À frente, os bancos do condutor e do pendura são confortáveis e envolventes. Já atrás, o espaço não é uma referência — se pendura ou condutor forem grandes, quem se senta nos bancos traseiros (que não têm o conforto dos da frente) viaja apertado: se tiver 1,80m de altura ou mais… joelhos sofrem.
A mala, com 372 litros (1162 litros com os bancos rebatidos), não é uma referência no segmento C onde o Mégane se insere. Por ausência de uma pega, o portão traseiro é difícil de fechar para quem for mais baixo. Sob o fundo da bagageira, encontra-se um kit de “reparação” de pneus de série. Mas esse defeito pode ser facilmente remediado pela aquisição, por 70€, de um pneu sobresselente opcional. O veículo que conduzimos trazia pneu sobresselente e não foi por isso que deixou de ter uma boa média de consumos: o peso do conjunto pneu/jante é um dos argumentos que as marcas de automóveis usam para justificar a inclusão do famigerado kit. Mas na realidade isso é para poupar umas dezenas de euros por carro fabricado — multiplique-se por centenas de milhares e temos a explicação.
_________________
Barómetro
+ Qualidade dos materiais e acabamentos; preço acessível do equipamento opcional; conforto de condução; performances do motor
- Espaço atrás reduzido para os ocupantes; dificuldade em fechar o portão traseiro para pessoas mais baixas
LIGADO AO MUNDO
O sistema multimédia R-Link, accionável através de um ecrã táctil de 7'', por voz, por comandos no volante ou na consola central, já não é uma novidade: o conjunto de funcionalidades que oferece, navegação, rádio, telefone com Bluetooth e audiostreaming, ligações às redes sociais e e-mail com leitura automática de textos em voz alta, etc., também são oferecidos por outros veículos de outras marcas. Distinguese, porém, pela simplicidade e facilidade de acesso e pelo preço: por 400€, este é um extra que vale a pena adquirir.
OPÇÕES A PONDERAR
O motor 1.5 dCi de 110cv, renovado em 2012, ainda equipa a maioria dos Mégane vendidos em Portugal. No nível GT Line, o Mégane dCi de 110cv custa 26.900€. Quando em 2012 testámos o Mégane com este motor, referimos que o então novo 1.6 dCi de 130cv oferecia mais 20cv por um acréscimo de 1900€. Agora, o actualizado Mégane com o 1.6 dCi fez a mesma média de 5,6 l/100km que o veículo com o 1.5dCi tinha feito. E o motor 1.6 dCi é mais despachado, sendo mais adequado para um veículo de 1,4 toneladas. Outra opção a considerar para quem faz menos de 15.000km/ano, pese embora a preferência dos portugueses pelo diesel (mas a futura legislação fará repensar muita gente...), é a versão com o motor a gasolina TCe de 130cv, que, no nível GT Line, custa 24.250€ (menos 4550€ que o 1.6 dCi de 130cv).