Fugas - Motores

Uma divertida aventura… citadina

Por Carla B. Ribeiro

Começou pelas três portas para, pouco tempo depois, juntar duas traseiras, como que a piscar o olho a jovens pais. Agora, a Volkswagen juntou uns pozinhos de perlimpimpim ao Up e apresenta-o como um pequeno SUV.

O melhor é não se deixar enganar pela ostentada robustez da sua frente em prata nem pelas barras longitudinais no tejadilho. O CrossUp é apresentado como um pequeno SUV, mas só se for de cidade. Não dispõe de tracção integral, nem de caixa redutora. Mas, graças à sua maior altura ao solo, não desilude a subir passeios.

Não há dúvida de que é o seu visual exterior que lhe confere o Cross no seu nome. Logo a destacar-se, o debrum a prata que envolve toda a grelha e que exibe a matrícula e os faróis de nevoeiro. E, se se baixar o olhar, um revestimento também prateado que parece conferir protecção em desníveis acentuados. De lado, destacam-se as cavas das rodas, tanto dianteiras como traseiras, forradas num plástico que segue toda a soleira, e, no topo,barras longitudinais.

Já por dentro, os bancos mostram diferenças face ao Up convencional, exibindo aquilo que a marca chama de padrão especial cross em duas tonalidades: antracite ou vermelho. Calhou-nos o vermelho, a combinar tanto com a cor da carroçaria como da zona do tablier, revestida a plástico brilhante vermelho e preto. No fundo, o Up com visual Cross aparenta ser mais divertido.

E, se é verdade que não é muito boa ideia sair fora de estrada com este compacto, na selva do trânsito urbano desenvencilha-se com notas mais altas que a média. Primeiro, pelas suas dimensões – 3560mm de comprimento e 1640mm de largura –, que se revelam bastante confortáveis no momento de encontrar um lugar para estacionar; depois, porque, seja a estrada em asfalto ou em empedrado, haja carris de eléctrico ou não, o Up facilmente mantém a compostura e não deixa ninguém embaraçado.

O CrossUp é baseado no modelo de cinco portas, fazendo-se valer do propulsor tricilíndrico a gasolina de 999 cm3, mostrando-se eficaz no pára-arranca da cidade, mesmo numa urbe tão inclinada quanto Lisboa. Já em auto-estrada revela as suas fragilidades, precisando de insistência no acelerador para se fazer vingar. Acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades, acelera dos 0-100 km/h em 14,2 segundos, sendo a velocidade máxima 167 km/h. Mas os 75cv apenas se mostram às 6200rpm e o binário máximo, de 95 Nm, só está disponível entre as 3000 e as 4300rpm.

A falta de vigor é compensada pela poupança. Além de ter emissões de apenas 109 g/km de CO2, o consumo de combustível combinado, ainda que tenhamos ficado além do anunciado pela marca de 4,7 l/100km, consegue ser aliciante: entre os cinco e os seis litros, dependendo do traçado.

Em relação ao equipamento, esta variante Cross baseia-se no nível move up com alguns suplementos. Inclui fecho centralizado com comando à distância, vidros dianteiros eléctricos e banco do condutor regulável em altura, faróis de nevoeiro de série com aros cromados e espelhos retrovisores exteriores com regulação eléctrica e aquecimento. O carro ensaiado vinha ainda com a possibilidade de montar um ecrã táctil, muito parecido com um pequeno GPS externo, no qual se pode observar informações como temperatura exterior, velocidade média, consumo de combustível, modo de condução, parcial de quilómetros ou comportamento ambiental. O ecrã pode ser retirado de forma prática e a sua entrada é oculta por uma pequena tampa.

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