E se, para provar a fiabilidade e resistência dos nossos carros, pegássemos em cinco dos modelos mais vendidos e os puséssemos a rodar durante três dias ininterruptos na pista do Autódromo do Estoril?” Depois de muito suor e trabalho, esta ideia de um responsável da Renault foi posta em prática no último fim-de-semana. O evento contou com o apoio logístico da Michelin e da Cartrack e teve vertente solidária: por cada volta cumprida foi doado 1€ à Operação Nariz Vermelho.
Os cinco carros usados nesta ultramaratona automobilística foram veículos normalíssimos e rigorosamente de série, que representam o grosso dos modelos vendidos pela Renault: Clio Sport Tourer 1.5 dCi 90cv, Mégane Sport Tourer 1.5 dCi 110cv, Mégane Coupé 1.6 dCi 130cv, Captur 1.5 dCi 90cv e o tricilíndro Clio TCe 90cv. Mais de três centenas de condutores com idades compreendidas entre os 18 e os 71 anos, em turnos de meia hora, sentaram-se ao volante dos veículos durante os três dias de duração da dura prova.
Os jornalistas convidados abriram as “hostilidades”, tendo os primeiros cinco iniciado o evento precisamente às 15h00 do passado sábado. Depois, os participantes, concessionários, outros convidados e pessoas que se inscreveram na página do Facebook da Renault, foram-se revezando até à bandeira de xadrez que encerrou a prova, às 15h00 de segunda-feira.
A ideia inicial era de que os carros rodassem a uma velocidade normal para não massacrar excessivamente os carros, pelo que os organizadores pediram que não se baixasse dos 2m55s por volta. Porém o facto de se usar uma pista de velocidade foi uma tentação muito grande para a imensa maioria dos condutores, que não resistiram a pisar no acelerador, pelo que o normal foram voltas de 4182 metros percorridas entre 2m40s e 2m50s, havendo uma a 2m15,1s (média de 113,02 km/h) e tendo-se atingido uma velocidade máxima de 173 km/h. Tanto a volta mais rápida como a velocidade máxima foram conseguidas com um Mégane Coupé 1.6 dCi 130cv, o mais potente veículo em pista. Por isso, foram constantes os pedidos da parte dos responsáveis da Renault para os condutores levantarem o pé do acelerador.
No final, o total de voltas, 6865, efectuadas pelos cinco veículos excedeu as previsões. Quem ficou a ganhar foi a Operação Nariz Vermelho, uma Instituição Particular de Solidariedade Social responsável por alegrar o dia-a-dia dos serviços pediátricos dos hospitais portugueses, tendo recebido 6865€.
Quem poderia ter ficado a perder? Os carros, postos à prova para além do previsto, mas todos suportaram galhardamente a dureza do desafio e, não tendo ocorrido acidentes, todos terminaram a ultramaratona em “estado cosmético”. Aliás, um dos veículos, conduzido em exclusivo por elementos afectos à revista Turbo, irá continuar a rolar, agora a um ritmo mais espaçado, num teste de longa duração de 60.000km.
E quem nunca experimentou conduzir em pista não faz ideia da dureza da prova a que os carros foram submetidos. O piso é muito mais abrasivo do que o de uma estrada normal e o traçado muito sinuoso, com curvas apertadas e em gancho, seguidas de troços em recta, o que obriga a muitas mudanças de caixa, acelerações e travagens bruscas, com os carros a sofrerem com as cargas a que são submetidos.