Fugas - Motores

Nissan Qashqai reinventa-se para uma segunda geração

Por João Palma

A segunda geração da referência no subsegmento dos crossovers apresenta modificações profundas face ao primeiro Qashqai. Mais funcional, mais seguro e mais estável, pretende ainda ser campeão nos consumos.

Com dois milhões de unidades vendidas em sete anos, das quais 1,5 milhões na Europa e 23.500 em Portugal, o Nissan Qashqai assume-se como a grande referência do subsegmento dos crossovers, de que, se não foi o precursor – essa distinção cabe ao Nissan Murano –, foi o veículo que os popularizou. Agora o Qashqai conhece uma segunda geração que foi lançada em Portugal em 23 de Janeiro. Com preços idênticos aos da anterior, apresenta-se de início com dois motores diesel e quatro níveis de equipamento.

Ninguém imaginava em 2007, quando o Qashqai foi lançado, o sucesso que iria obter este misto de berlina e SUV, difícil de enquadrar nos tipos de veículos até aí existentes. Nem sequer os responsáveis da Nissan, que, nas perspectivas mais optimistas, apontavam para volumes de vendas três vezes inferiores ao que se haveria de verificar. E, depois do êxito do Qashqai, outras marcas apressaram-se a produzir modelos similares e hoje em dia há cerca de dezena e meia de concorrentes. Mas o Qashqai mantém-se como o padrão com o qual todos os outros são comparados.

Por isso, fazer uma segunda geração para ter o êxito da primeira era uma tarefa difícil e delicada para os responsáveis da Nissan: havia que melhorar o design, mantendo o ADN original, introduzir novas tecnologias, melhorar os desempenhos e manter os preços. Até porque o Qashqai, ao contrário de outros veículos em fim de vida, não registou quebras nas vendas. Assim, houve cuidados especiais tanto na concepção como no lançamento do novo Qashqai, que até teve honras de uma apresentação estática a nível mundial, em Novembro último, em Londres, antes da apresentação dinâmica, que decorreu agora em Madrid.

Ali, tivemos um primeiro contacto com três das quatro motorizações previstas para o Qashqai: as duas a gasóleo, 1.5 dCi de 110cv e 1.6 dCi de 130cv, que terá no lançamento em Portugal, bem como a DIG-T 1.2 de 115cv a gasolina que só chegará em Junho ao mercado português. O propulsor a gasolina mais potente está previsto para o 3.º trimestre de 2014.

Destaque para a revisão de que foi alvo o 1.5 dCi de 110cv, com médias anunciadas de consumo e emissões (3,8 l/100km e 99 g/km de CO2) que tornam o Qashqai uma referência na sua classe. Também o motor DIG-T 1.2 de 115cv a gasolina substitui com enorme vantagem o anterior propulsor 1.6, sendo mais económico, com melhores desempenhos e muito silencioso. O Qashqai II traz de série uma caixa manual de seis velocidades, mas, por mais 2000€, o 1.6 dCi de 130cv pode ter uma nova caixa automática X-Tronic de variação contínua, com funcionamento suave e eficiente, comparável ao das caixas de dupla embraiagem.

Outra novidade, e de série em toda a gama, é o Sistema de Controlo de Chassis Nissan, com controlo activo do habitáculo (compensa o balançar da carroçaria em lombas), controlo activo de trajectória (trava ligeiramente as rodas interiores em curva para reduzir a subviragem) e travão de motor activo com a caixa automática XTronic (em descidas pronunciadas). Também de série, o novo Qashqai traz seis airbags (frontais, laterais e de cortina), regulador/limitador de velocidade, indicador da pressão dos pneus, travão de estacionamento eléctrico e computador de bordo com ecrã TFT a cores.

O Nissan Qashqai II, com 4377mm de comprimento, 1806mm de largura e 1590mm de altura, está construído sobre a nova plataforma CMF (Família de Módulo Comum) da Aliança Renault Nissan e é 49mm mais comprido, 20mm mais largo e 15mm mais baixo que o anterior. Outra inovação é o Sistema Activo de Fecho de Grelha, que corta o fluxo de ar a velocidades superiores a 30 km/h, o que, juntamente com um sistema Start/Stop, contribui para a redução de consumos e emissões.

Por fora tem um visual mais desportivo e aerodinâmico (Cd de 0,32), enquanto no interior os materiais e acabamentos transmitem maior sensação de qualidade, com novos bancos dianteiros. O travão eléctrico libertou espaço para guardar objectos, o habitáculo está mais funcional e a mala, com 430 litros, tem maior versatilidade de arrumação e um fundo reversível com uma face em plástico lavável. A anterior geração tinha uma variante de sete lugares, algo que não existe nesta, onde será o novo Nissan X-Trail a oferecer essa possibilidade.

Em termos de equipamento, mesmo o nível de entrada, Visia, onde a Nissan espera apenas níveis de vendas residuais (3%), já vem bem fornecido. Mas será nos outros três níveis Acenta (22%), N-Tec (50%) e Tekna (25%) que se processará o grosso das vendas, em especial no N-Tec que, por mais 2300€ que o Visia, além de diverso equipamento adicional em termos de conforto e vida a bordo, já traz o Escudo de Protecção Adicional, que inclui aviso de mudança de faixa, identificador de sinais de trânsito, regulador automático de máximos e sistema de travagem automática em risco de colisão.

Para comemorar este lançamento, a Nissan criou uma série exclusiva e numerada de 2007 unidades, denominada Premier Limited Edition, com o motor 1.6 dCi de 130cv, caixa manual e tracção integral All Mode 4x4-i, que, a partir do nível superior, Tekna, lhe junta equipamento específico. Desta série, 15 unidades estão reservadas para Portugal a um preço de 35.800€.

--%>