Berlim em estado eléctrico. Foi esse o propósito de um programa que levou ao desactivado Aeroporto de Tempelhof uma série de concertos de música electrónica, com direito a convidados VIP, entre artistas e políticos até representantes de diversos órgãos de comunicação de todo o mundo, mas também com acesso aberto a todos os quantos adquirissem o bilhete para o concerto. O pretexto? A apresentação dos novos e-Golf e e-Up!, dois modelos bem distintos que chegam ao mercado luso em Junho por, respectivamente, 38 mil e 25 mil euros.
Para 2014, porém, há uma novidade que, não sendo exclusivamente eléctrica, deverá dar cartas de forma mais forte mesmo sem aparato de marketing. O Golf GTE, que embora inclua uma interessante autonomia em modo 100% eléctrico (cerca de 50km, é o anunciado), é equipado com um bloco 1.4 turbo, permitindo assim que a autonomia total atinja mais de 900km. No entanto, para o GTE há que esperar pelo fim do ano, se não pelo início de 2015. Por isso, a Volkswagen aposta em transformar o Golf num amigo do ambiente mais cedo com o e-Golf.
Com 85 kW de potência (que equivale a cerca de 115cv) e um binário máximo de 270 Nm, disponível assim que se toca no acelerador como qualquer bom eléctrico, o e-Golf acelera dos 0 aos 100km/h em 10,4 segundos (mais interessante é o valor dos 0 aos 60km/h de apenas 4,2s) e atinge uma velocidade máxima de 140km/h. Já a sua autonomia dependerá do modo de condução seleccionado. Garante a Volkswagen que em modo Eco+ (há ainda os modos Normal e Eco), que torna o carro mais preso e menos propenso a acelerações rápidas, a autonomia atinge os 190 quilómetros.
Com uma bateria de iões de lítio de 24.2 kWh, a energia do e-Golf pode ser recarregada numa tomada doméstica, levando cerca de 13h, ou numa Wallbox, a ser comercializada por cerca de 700€, demorando oito horas. Num posto de abastecimento rápido é possível recuperar até 80% da capacidade em trinta minutos. De acordo com as contas da marca alemã, o consumo anunciado de 12,7 kw/100km deverá corresponder a um custo inferior a dois euros por cada cem quilómetros.
Em simultâneo, chegará ao mercado português o citadino e-Up!. E por aqui é provável que a aposta no carro 100% eléctrico dê interessantes frutos. O e-Up!, de quatro lugares, como os seus pares a gasolina ou diesel, chega com um motor eléctrico capaz de debitar 60 Kw (81cv) e um torque de 210 Nm. Numa curtíssima volta durante a apresentação internacional de Berlim deu para perceber que é despachado e fácil de manobrar pelo trânsito urbano, sem dar sinais de cansaço pelo peso extra das baterias, que acusam 230 quilos.
O carro, que deverá competir directamente com o Renault Zoe (mais barato, mas a cujo preço acresce o aluguer de baterias), acelera dos 0 aos 100km/h em 12,4s e atinge uma velocidade máxima de 130km/h.
Tanto o e-Golf como o e-Up! chegam com sistema de selecção de modos de condução. E se no Eco+, como já foi referido, se tornam molengas, com a potência limitada e todos os sistemas reduzidos a uma utilização mínima, em modo Eco e Standard revelam uma maior sensibilidade à pressão do pé no acelerador, com o último modo a permitir uma utilização bastante enérgica.
E quando chegar a altura de ir de férias e houver necessidade de fazer mais quilómetros? Para Portugal, a Volkswagen avança que está a tratar de um acordo de rent-a-car para que os proprietários de tais veículos eléctricos possam “trocar” de carro um número de vezes acordado por ano e por um preço apetecível.
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Volkswagen quer crescer também em modo eléctrico