Fugas - Motores

Mercedes GLA 200 CDI

Por Carla B. Ribeiro

A marca continua a trilhar novos caminhos. Desta feita com o GLA, um SUV compacto que alia conforto a um espírito aventureiro.

Não é um exclusivo Mercedes. Quase todas as marcas premium, de há uns tempos para cá, começaram a olhar para os segmentos inferiores com outros olhos. E a notar o potencial que aí residia. Por isso, não é de admirar que, depois dos classes A e B ou do CLA, a marca tenha decidido apostar no cobiçado subsegmento dos SUV compactos. Para tal, nasceu o GLA, que alia conforto a atrevimento, mesmo fora da estrada. Isto sem que tenha sido negligenciado o design que, mantendo o espírito da marca da estrela, evidencia a robustez com que o modelo se pretende vender.

Visualmente, o GLA, que chega para competir com o Audi Q3, o BMW X1 ou o Volvo XC60, vai buscar muita da sua inspiração ao CLA. Mas distingue-se visivelmente deste através da inclusão de elementos muito próprios. Caso dos evidenciados pára-choques ou das saias laterais. Também no tamanho marca a diferença: este SUV compacto mede 4417mm de comprimento, 1804mm de largura e 1494mm de altura. Note-se que se apresenta mais baixo 5cm face ao X1 e 10cm em relação ao Q3.

Já pelo interior, sobressai o uso de materiais de qualidade superior e os refinados acabamentos. Traços próprios que a marca não descurou quando começou a explorar gamas mais baixas que as que a caracterizam habitualmente. Aliás, neste caso, tanto por fora como por dentro, o veículo foi abrilhantado pela inclusão do Pack desportivo AMG (2723,58€).

No campo do conforto, para quem viaja no banco traseiro há espaço q.b. para que uma longa viagem seja bem suportada. Mas o verdadeiro privilegiado é o condutor, que usufrui de uma excelente posição de condução e de uma boa visibilidade dianteira (para trás, não se podendo descrever a visibilidade como má, o recorte do vidro não é dos mais simpáticos para que a visão seja abrangente).

Todo o painel desenha-se com sobriedade, beneficiando dos negros e dos debruados a cromado nos vários mostradores ou nas entradas de ar em forma do emblema da marca. A registar, porém, o excesso de botõezinhos na consola central, que, no entanto, beneficia de vários e distintos espaços de arrumação.

Com o banco bem posicionado e volante ajustado, na hora de dar à ignição, o bloco de 2.0 litros a gasóleo revela-se disponível o suficiente para fazer carreira em qualquer tipo de traçado. A robustez, mesmo que apenas permita umas leves brincadeiras fora do asfalto, garante uma condução pautada pela segurança. E, pela cidade, mesmo que não seja o seu habitat natural, até pelo seu tamanho, mostra-se como peixe na água, embora o seu peso (cerca de tonelada e meia), associado ao peso dos seus ocupantes, não garanta acelerações rápidas. A Mercedes fala em dez segundos para ir dos 0 aos 100 km/h e não é de esperar que num sinal luminoso seja o primeiro a arrancar.

Mas, com os seus 136cv, geridos pela caixa manual de seis relações, o GLA parece mais fadado para uma vida estradista, sobretudo em auto-estrada, do que para os circuitos urbanos. E aí consegue não só atingir uma velocidade máxima de relevo, como manter uma velocidade cruzeiro sem grandes preocupações. Será também em auto-estrada, sobretudo se não se abusar do acelerador, que se conseguirá obter um consumo médio mais próximo ao anunciado de 4,5 litros a cada cem quilómetros. De resto, os consumos, do pequeno ensaio realizado, que também incluiu cidade e estrada sinuosa, mostram-se mais gulosos do que o que a ficha oficial indica.

Para as viagens maiores, não são apenas a sua robustez e os confortos do seu interior que contam. Na mala, é disponibilizado um espaço referente a 421 litros que, não sendo uma referência (o Q3, por exemplo, oferece 460 litros e o XC60, 495 litros; apenas o X1 tem uma mala idêntica), consegue albergar a bagagem de umas longas férias ou de umas faustosas compras de supermercado.

E se se quiser aventurar para fora do asfalto? Então o GLA, com um binário máximo de 300 Nm, promete não desapontar, desde que não se leve a brincadeira longe de mais. É que, ainda que inclua algumas características dos mesmos, este não é um puro todo-o-terreno.

FICHA TÉCNICA*

Motor: 4 cil. em linha, 16v, 2143cc
Combustível: Gasóleo
Potência: 136cv 3400-4000rpm
Binário: 300 Nm 1400-3000rpm
Transmissão: Manual de 6 relações
Tracção: Dianteira
Veloc. máx: 205 km/h
Aceleração 0/100 km/h: 10,0s
Consumo médio: 4,5 l/100 km
Emissões CO2: 119 g/km
Preço: 40.350€ (veículo ensaiado: 53.401,26€)

* Dados do construtor

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