Fugas - Motores

BMW i8,o superdesportivo que pisca o olho ao futuro

Por Carla B. Ribeiro

Ainda faltam cerca de três meses para que se vejam a circular. Mas a BMW decidiu saciar a curiosidade que gira em torno do superdesportivo de veia eléctrica e fazer a apresentação estática de um pré-série.

Assim que o véu é levantado é fácil de perceber que nem este é um desportivo qualquer como também não entrará facilmente na categoria dos híbridos plug-in. Parece mais um carro saído do futuro, mais ainda quando se abrem as suas duas portas qual duas asas. E, mesmo não sendo o caso, rasga com as convenções, sendo a sua construção assente em alumínio e em plástico reforçado em fibra de carbono. O resultado é um carro extremamente leve, de 1485kg, mesmo penalizado pelo sistema de eléctrico e de baterias que o sobrecarregam em 210 quilos.

Mas o novel BMW da gama i, que se vem juntar ao já conhecido i3, inova para lá dos materiais usados. Juntamente com a sua entrada, o catálogo BMW também estreia o bloco tricilíndrico TwinPower Turbo a gasolina de 1.5 litros que já está a ser usado pela Mini e que foi totalmente construído com vista a extrair-lhe o maior rendimento possível. Assim, beneficiando de uma eficiente e precisa injecção directa, assim como de uma gestão variável das válvulas, o 1.5 de três cilindros mostra-se capaz de impressionar pelos números: potência de 231cv e um torque de 320 Nm. A este interessante bloco junta-se um motor eléctrico capaz de gerar uma potência equivalente a 131cv e um binário de 250 Nm. No conjunto, são 362cv e um binário máximo de 570 Nm que, associados ao baixo peso e a uma tracção integral (o motor de combustão alimenta o eixo traseiro e o eléctrico o eixo dianteiro), permitem acelerar dos 0 aos 100 km/h nuns vertiginosos 4,4 segundos, estando a velocidade máxima limitada a 250 km/h.

Com tais performances asseguradas, é ainda mais espantoso verificar os dados dos consumos: a média de gasto de combustível é apontada para 2,1 l/100 km e as emissões de CO2 são estabelecidas em 49g/km. No entanto, é de referir que a marca bávara estima ser possível circular por 37 quilómetros apenas com o sistema eléctrico, o que reflecte emissões zero e consumo de combustível praticamente inexistente ao longo desses pequenos trajectos durante os quais o carro pode atingir os 120 km/h. Para voltar a ter a carga completa, basta um carregamento de três horas em corrente doméstica (duas horas, caso se opte adquirir a BMW i Wallbox, o sistema de carregamento rápido comercializado e montado pela BMW).

Outra novidade absoluta é a utilização de faróis a laser, uma estreia nos carros de produção em série e que reclamam menor consumo de energia dos que os LED (cerca de menos 30%) e o dobro do alcance daqueles.

No interior do habitáculo, pelo qual sobressaem os materiais premium, o espaço será simpático para dois, mas impraticável para quatro, o número de lugares existente. O espaço para as pernas para quem se senta atrás é ínfimo e o acesso complicado. Aliás, mesmo à frente, a entrada tem os seus truques e tem de ser feita inversamente ao que habitualmente se faz noutro veículo — primeiro tem de entrar o corpo e só depois as pernas.

As primeiras unidades do BMW i8, que já tem encomendas feitas em Portugal, deverão chegar entre Julho e Agosto com um preço base de 138 mil euros que inclui o serviço BMW Service Inclusive (contrato de manutenção com a duração de 5 anos ou 100.000km). No equipamento de série foram definidas, entre outras coisas, kit mãos-livres com interface USB, volante multifunções, jantes de liga leve de 20’’, bancos dianteiros aquecidos, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensor de chuva e controlo automático de luzes de condução, ar condicionado automático de duas zonas, cruise control com função de travagem e sistema de navegação com informação de trânsito em tempo real.

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