Porém, algo se manteve durante este meio século: a construção de modelos de barro, à escala ou em tamanho real. No dizer dos designers do presente, não menos artistas que aqueles que esculpem a pedra ou pintam as telas, as construções/simulações em computador não substituem “o toque, a visualização, o sentir das linhas e das formas com as mãos”.
Os artistas, com espátulas, raspadores e cortadores, vão moldando e afagando o barro, esculpindo-o a partir de formas em bruto, para atingir o efeito desejado, que, depois, é reproduzido e corrigido em computador, sendo esses aperfeiçoamentos retransportados para o barro, num processo de vaivém que leva anos até, eventualmente, se passar à fase de criação de concepts. Alguns chegam mesmo a modelos de produção. Mas não necessariamente: quando da visita, alguns designers trabalhavam nas formas de um modelo à escala que nem sequer dispunha de rodas. O objectivo: estudar a fluidez de linhas e de formas.
De uma coisa, porém, pode-se ter a certeza. Todos os carros no mercado já foram conceitos. E, sabemos agora, feitos de barro.
