Fugas - Motores

  • Réplica do veículo motorizado patenteado de Carl Benz de 1886
    Réplica do veículo motorizado patenteado de Carl Benz de 1886 © Mercedes-Benz
  • Carl Benz no seu primeiro veículo, motorizado e patenteado em 1886, tirada em Munique no ano de 1925
    Carl Benz no seu primeiro veículo, motorizado e patenteado em 1886, tirada em Munique no ano de 1925 © Mercedes-Benz
  • ROBY/MUSEU DAS ARTES E OFICIOS DE PARIS
  • Honda FCX Clarity
    Honda FCX Clarity DR

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Histórias sobre rodas: Uma breve história do automóvel

Os automóveis com motor a vapor predominavam nos finais do século XIX e inícios do século XX: aliás, desde que Nicolas-Joseph Cugnot, entre 1770 e 1771 apresentou uma fardier à vapeur ("carroça a vapor"), um tractor de artilharia movido a vapor que não teve grande sucesso, foram muitos os modelos lançados ao longo do século XIX, de ambos os lados do Atlântico, chegando a existir mais de 900 fabricantes de automóveis a vapor. O grande contra destes veículos com motor de combustão externa, em que a queima do combustível ocorre fora do motor, são os cerca de 15 minutos de aquecimento necessários para pôr o carro a funcionar. Quanto ao resto são só vantagens: querosene, óleo ou carvão, usados na queima para aquecer a água, são mais baratos que gasolina, gasóleo ou gás; têm caixa automática, podem ter motores mais possantes, com melhores desempenhos nas acelerações, arranques, velocidade máxima e subidas; os motores a vapor têm maior durabilidade, não têm vibrações, são silenciosos, com menos peças e menores desgaste e manutenção. Mas quando Henry Ford, em 1913, criou para o Ford T e a primeira linha de montagem de automóveis a gasolina, democratizando o seu custo, foi dado um golpe de morte nos automóveis a vapor, cuja caldeira constituída por 260 metros de tubos de aço inoxidável ou de cobre custava muito caro para ser produzida.  O facto é que actualmente os motores a vapor estão postos de parte e, ao contrário dos eléctricos ou a pilha de combustível, não se vislumbra o seu ressurgimento.

Uma solução futura poderá passar por carros movidos a ar comprimido: em vez das explosões de combustível que fazem mover os pistons dos cilindros, estes são accionados por ar comprimido. O engenheiro francês Guy Negre, da MDI, foi o pioneiro, ao criar em 2003 o primeiro veículo desse tipo e o grupo PSA (Peugeot-Citroën) prevê o lançamento em 2016 de um carro híbrido gasolina/ar comprimido. Os veículos da MDI têm actualmente uma autonomia de 200km e os tanques de ar comprimido carregam-se em cerca de três minutos num posto de carga público ou em quatro horas em casa, com um compressor eléctrico. Os custos de manutenção e funcionamento são consideravelmente inferiores aos de um carro com motor de combustão interna e poluem muito menos.

Noutra vertente, os principais fabricantes estudam a criação de um automóvel que faça verdadeiramente jus à sua designação – mover-se por si próprio, sem interferência de um condutor. Carros onde, uma vez programado o destino, eles fazem todo o percurso respeitando os sinais de trânsito e tendo em consideração os outros veículos circulantes. Já foram feitas as primeiras experiências nesse sentido, que implicam uma ligação em rede de todos os veículos bem como das vias por onde circulam.

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