Fugas - Motores

Um bloco diesel que quer unir eficiência à dinâmica

Por Carla B. Ribeiro

Com a nova geração Qashqai, a Nissan volta a querer dar cartas nos diesel e aposta no 1.6 dCi para casar eficiência e dinâmica.

Com uma aguerrida concorrência entre o segmento dos SUV (sport utility vehicle) crossover do segmento C, em que o Qashqai se insere, a Nissan parece apostada nesta segunda geração a ter uns modelos para agradar a gregos e outros a troianos. Indo mais longe com o bloco 1.6 dCi, de 130cv e um binário máximo de 320 Nm, em que parece decidida a agradar a ambos.

Se não, veja-se: o motor, gerido pela caixa manual de seis velocidades, consegue impressionar tanto pela sua força como pela rápida resposta (acelera dos 0 aos 100 km/h em 9,9s enquanto o bloco 1.5 dCi demora mais dois segundos), não penalizando em demasia os consumos. De acordo com a marca, a média oficial é de 4,4 l/100km e, sem grandes abusos com o acelerador, conseguimos apontar o consumo para mais um litro por cada cem quilómetros em relação ao anunciado. No que diz respeito a emissões, a Nissan avança com uma média de 119 g/km de CO2.

Face ao 1.5 dCi, já ensaiado, este bloco é muito mais expedito, como se pode observar na diferença de tempos na aceleração dos 0 aos 100 km/h, mas também um pouco mais ruidoso. Se a diferença de dois mil euros no preço for um problema, então é de notar que o 1.5 dCi de 110cv é provavelmente uma motorização mais equilibrada do que o diesel superior. Não faz nenhum brilharete nas acelerações, mas consegue mostrar capacidade de recuperação entre marchas e os custos de utilização (a marca aponta os 3,8 l/100km para a média em circuito misto; a Fugas marcou pouco mais de quatro litros a cada cem quilómetros) são suficientemente satisfatórios para compensar qualquer frustração na rodagem.

No entanto, se os tais dois mil euros não fizerem grande diferença, o 1.6 dCi consegue revelar-se uma mais-valia assim que se sai de território urbano e se começa a desbravar asfalto, quer por auto-estrada, quer por estrada, tirando proveito dos 130cv. Já o seu torque de 320 Nm torna-se mais evidente em off-road, desde que em utilizações pouco exigentes: mesmo sendo um 4x2, o modelo testado revelou a destreza de conseguir ultrapassar variadíssimos obstáculos de baixa média/dificuldade.

Equipado com sistema Stop/Start, o Qashqai continua a ser uma opção, mesmo para quem conduz muito em cidade. Não é o mais simpático de conduzir pela malha urbana, mas também não se intimida no trânsito mais complicado. Na hora de estacionar, o tamanho — 4380mm de comprimento, 1806mm de largura e 1590mm de altura — não assusta, sobretudo graças a todas as ajudas incluídas na versão de equipamento N-TEC, caso da câmara de visão traseira e dos sensores dianteiros e traseiros. Ainda assim, é provável que se tenha que dar mais que uma volta ao quarteirão para arranjar lugar.

No capítulo da segurança, o Euro NCAP, o organismo independente que avalia a segurança dos veículos automóveis comercializados na Europa, atribuiu cinco estrelas à nova geração do Qasqhai: com 88% na segurança dos ocupantes adultos, 83% na dos ocupantes crianças, 69% na dos transeuntes e 79% da dos dispositivos auxiliares. No caso do veículo testado, é de salientar a inclusão no nível N-TEC do Escudo de Protecção Inteligente, que inclui aviso de mudança de faixa involuntária, identificador de sinais de trânsito, um (muito útil) regulador automático das luzes de máximos e um sistema anticolisão frontal.

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